São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2008

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COBAIA
[experiências e testes de consumidores]

CABEÇA BAGUNÇADA

A evolução do gel de fixação acompanhou a cultura pop e desembocou no barro para cabelos

IVAN FINOTTI
EDITOR DO FOLHATEEN

Já lá se vão uns 25 anos quando as televisões brasileiras foram tomadas pelas propagandas do New Wave e do Studio Line ("Esculpa seus cabelos!"), dois géis (ou geles, segundo o "Aurélio"!) que apresentaram a uma nova geração de garotos e garotas a liberdade de poder bagunçar a cuca.
Com pés fincados nos anos 80 -do cabelo arrepiado da menina da Blitz ao brilho molhado de Michael Jackson-, o gel acompanhou a evolução da cultura pop: passou a ser chamado de cera nos 90 e, agora, virou pomada -sem contar o laquê setentista e o gumex dos tempos da brilhantina. Ou os bozzanos e N.Y.Looks, em qualquer saldão de farmácia.
Embora haja algumas diferenças pontuais entre todas essas espécies, a origem é uma só: modificar o natural.
Daí que cada marca deve ser testada para cada uma dessas finalidades específicas: alisar, encrespar, dar volume ou simplesmente fazer graça.
E mais: a quantidade necessária da pasta será equacionada aos poucos, com dois ou três dias de uso. A porção que para uma marca é excessiva, para outra será insuficiente.
O ato de modificar os cabelos é, portanto, uma arte e uma técnica. E conta com a tecnologia, já que cada vez menos é preciso ter as pontas duras como espinhos para que tomem a forma desejada. As pomadas de agora permitem um cabelo mais macio e obediente. Como diz José Simão, é mole, mas sobe.

A ‘lama’ funciona, mas é cara
Feita nos EUA, a pomada Crude Clay, da Sebastian, parece ser o próximo passo na evolução dos geles. Aliás, não é gel nem pomada, e sim uma lama dura ("crude clay" pode ser traduzido como argila bruta). Altamente seca, não meleca as mãos e, se passada com parcimônia, vai parecer que seu cabelo é desse jeito mesmo. Não ganha cinco estrelas porque dá uma ressecada de efeito colateral. E é cara.


CRUDE CLAY, SEBASTIAN
Modela e texturiza os fi os com acabamento opaco. Indicada para desfiados
FIXAÇÃO: média a forte
AVALIAÇÃO:    
PREÇO SUGERIDO: R$ 94
SAC: 0800-702-9966


A garantia do efeito ‘cabelo sujo’
Com o melhor preço (mas um pote de só 70g), o Zip Styling da Avon agradou. É um pouco melecado, mas bem pouco. O efeito dura e não deixa sua cabeça que nem uma coroa de espinhos. Essa pomada, mais que as outras, também parece deixar o cabelo com um certo aspecto de sujo. Só que isso, acredite se quiser, não é necessariamente negativo. Pelo menos na noite indie paulistana e sulista, é o contrário.

ZIP STYLING, AVON
Define mechas e realça os desfi ados. Pode substituir a mousse ou o gel fixador
FIXAÇÃO: média
AVALIAÇÃO:   
PREÇO SUGERIDO: R$ 12
SAC: 0800-708-2866


Os fios ficam duros depois de secos
O nome, Out of Bed (algo como "acabei de sair da cama") promete. Mas a impressão é que o gel não mudou nada desde o Studio Line nos 80, também da L’Oreal. O cabelo fi ca duro após secar, o que não é desejável (todo o lance de usar pomada diz respeito a parecer que você não a usou, ora bolas). Também deixa a mão desagradavelmente melada. Ganharia se a fragrância fosse mais discreta.

STUDIO LINE OUT OF BED, L’OREAL
Simula o visual de quem acabou de acordar. Indicada para cabelos curtos e de corte assimétrico
FIXAÇÃO: média
AVALIAÇÃO:  
PREÇO SUGERIDO: R$ 17,90
SAC: 0800-701-6992


O perfume é forte demais
Importada dos EUA, a Palmade traz todos os problemas da Studio Line (cabelo duro, mão melecada) mais um: tem um cheiro fortíssimo de produtos de cabeleireira. O pote traz 150g e custa quase quatro vezes mais que o colega, por isso ganha só uma estrela. E ganha uma só porque, dependendo da situação, uma Palmade na cabeça (ou na gaveta da fi rma, ou no porta-luvas) é melhor do que nada.

PALMADE, IMAGE
Sólida, define as mechas e dá brilho. Ajuda a diminuir o volume
FIXAÇÃO: média
AVALIAÇÃO:
PREÇO SUGERIDO:  R$ 69
SAC: (11) 3549-6363



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