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DÚVIDAS ÉTICAS
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Que embalagem é melhor para o ambiente: isopor, plástico ou papelão?
CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL
O plástico e o isopor são derivados de petróleo, enquanto
o papel-cartão é feito a partir
da celulose das árvores. "A
melhor opção é o papelão.
Desde a origem, ele leva vantagem por ser feito a partir de
uma fonte renovável", afirma
Andréa Wolffenbuttel, 45, gerente de comunicação e conteúdo do Instituto Akatu. Ela
diz que o isopor e o plástico
vêm de recursos finitos. Além
disso, é preciso gastar muita
energia para extrair petróleo.
Se os três fossem simplesmente jogados no lixo, o papel-cartão levaria vantagem
por ser biodegradável. Porém,
Silvia Rolim, 41, assessora técnica da Plastivida (Instituto
Sócio-Ambiental dos Plásticos) diz que o papelão só pode
se biodegradar se for para a
compostagem, e só 1% do lixo
do Brasil tem esse fim. Andréa
rebate e afirma que o material
se degrada no ambiente de
qualquer maneira.
Já o isopor tem uma persistência muito longa no ambiente. Estima-se que ele leve
de 100 a 400 anos para se decompor. Todo ano, 15 mil toneladas de isopor vão parar no
lixo no país, segundo a Associação Brasileira do Poliestireno Expandido.
A principal vantagem do papelão é o processo de reciclagem. "O problema é que as
pessoas não sabem que o isopor é reciclável, o que acaba
inviabilizando o negócio pela
pequena quantidade", diz Silvia. Mesmo sendo 100% reciclável, o isopor tem a desvantagem de ser extremamente
leve e volumoso: mais de 95%
do material é ar. O faturamento líquido de uma cooperativa
de São Paulo que revende isopor para uma recicladora é de
R$ 0,25 o quilo. Isso torna a
coleta pouco interessante
também para catadores autônomos. As cooperativas de reciclagem, no entanto, recolhem e fazem a triagem do
material. A Proeco, de Guarulhos, recicla, anualmente, mil
toneladas do polímero.
Já o papelão vale pelo menos R$ 0,50 o quilo, seu processo de reciclagem é bem
mais simples e a coleta, mais
rentável. Quase 80% do papelão é reciclado no Brasil, de
acordo com Gabriella Michelucci, 46, gerente de embalagens da Klabin, empresa de
papel e celulose.
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