São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2008

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DÚVIDAS ÉTICAS
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Que embalagem é melhor para o ambiente: isopor, plástico ou papelão?

CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL

O plástico e o isopor são derivados de petróleo, enquanto o papel-cartão é feito a partir da celulose das árvores. "A melhor opção é o papelão. Desde a origem, ele leva vantagem por ser feito a partir de uma fonte renovável", afirma Andréa Wolffenbuttel, 45, gerente de comunicação e conteúdo do Instituto Akatu. Ela diz que o isopor e o plástico vêm de recursos finitos. Além disso, é preciso gastar muita energia para extrair petróleo.
Se os três fossem simplesmente jogados no lixo, o papel-cartão levaria vantagem por ser biodegradável. Porém, Silvia Rolim, 41, assessora técnica da Plastivida (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos) diz que o papelão só pode se biodegradar se for para a compostagem, e só 1% do lixo do Brasil tem esse fim. Andréa rebate e afirma que o material se degrada no ambiente de qualquer maneira.
Já o isopor tem uma persistência muito longa no ambiente. Estima-se que ele leve de 100 a 400 anos para se decompor. Todo ano, 15 mil toneladas de isopor vão parar no lixo no país, segundo a Associação Brasileira do Poliestireno Expandido.
A principal vantagem do papelão é o processo de reciclagem. "O problema é que as pessoas não sabem que o isopor é reciclável, o que acaba inviabilizando o negócio pela pequena quantidade", diz Silvia. Mesmo sendo 100% reciclável, o isopor tem a desvantagem de ser extremamente leve e volumoso: mais de 95% do material é ar. O faturamento líquido de uma cooperativa de São Paulo que revende isopor para uma recicladora é de R$ 0,25 o quilo. Isso torna a coleta pouco interessante também para catadores autônomos. As cooperativas de reciclagem, no entanto, recolhem e fazem a triagem do material. A Proeco, de Guarulhos, recicla, anualmente, mil toneladas do polímero.
Já o papelão vale pelo menos R$ 0,50 o quilo, seu processo de reciclagem é bem mais simples e a coleta, mais rentável. Quase 80% do papelão é reciclado no Brasil, de acordo com Gabriella Michelucci, 46, gerente de embalagens da Klabin, empresa de papel e celulose.


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