São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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DÚVIDAS ÉTICAS [mande sua pergunta para duvidaseticas@folhasp.com.br]

Com a crise do gás na Bolívia, devo comprar fogão elétrico?

CYRUS AFSHAR
DA REPORTAGEM LOCAL

O fogão elétrico não é mais confiável que o fogão a gás e é pior em termos ambientais, já que usa uma grande quantidade de energia elétrica. "O uso de eletricidade para gerar calor é bobo do ponto de vista do bom uso dos recursos naturais. Não é um consumo energético lógico", afirma Edmilson Moltinho, 46, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP.
Segundo dados da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), em julho, 77% do gás consumido no Estado de São Paulo era boliviano. Ainda assim, Moltinho defende que é mais provável haver queda no fornecimento de energia de uma casa do que no abastecimento de gás. "Não é uma troca boa [o fogão a gás pelo fogão elétrico]. Se houver corte no gás, as empresas vão racionar a demanda da indústria, e, se precisar, a dos automóveis. Tudo para não mexer no gás residencial", diz.
Isso porque as residências paulistas usam apenas 2,8% do volume de gás consumido no Estado, mas geram cerca de 20% das receitas das empresas de gás. "A tarifa doméstica é muito favorável para as fornecedoras", diz.
Já o gás de botijão é ainda mais confiável em termos de segurança do fornecimento, já que é feito a partir do petróleo nacional ou importado. "Mas, se onde você mora tem gás encanado, não vale a pena trocar pelo gás de botijão. Além dos custos de adaptação, você acaba trocando a segurança no fornecimento pela insegurança física", diz Moltinho.


Colaborou FRANCISCO FELITTI


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