São Paulo, sábado, 28 de junho de 2008

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CRÍTICA DE LOJA [questão de gosto e opinião]

BOBAGENZINHAS PARA TODOS

Loja tem boa seleção de supérfluos divertidos para quem procura um presente original sem ter que gastar muito

O espaço pratica um princípio que deveria ser lei: garante diversão para todos

TETÉ MARTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Loja Loja se esconde num endereço improvável, a meio caminho do centro, e pratica um horário baladeiro: não abre antes do meio-dia e só fecha às 23h30. Vizinha e parente do La Tartine, com o qual compartilha daquele inimitável engenho francês para criar atmosfera, oferece à turma da fila do restaurante a chance rara de fazer um consuminho fora-de-hora, o que, convenhamos, é outra adrenalina.
Com o espírito dos moquifos cheios de surpresas do Marais parisiense e olho bom para a produção local de delícias supérfluas, acaba fazendo conquistas que vão além da primeira noite.
Para achar presentes originais, é a loja. Mais irreverente e barata do que ótimas casas do ramo, como 62º e Coisas da Doris, pratica um princípio que deveria ser lei: garante diversão para todos. Dos que podem pagar uma grana por um lustre de vidro mexicano colorido aos que se dão por satisfeitos de levar para casa uma vela em forma de gato preto (R$ 6,50), um saleiro-pimentão (R$ 15) ou uma bolsa de água quente com capa de soft (R$ 35).
Nos ambientes de um sobradinho em vias de extinção, que mantêm o clima de sala, cozinha e quintal, oferece um bom sortimento do trivial-presente-moderno, como adesivos de parede, caderninhos chiques e uma pequena seleção de itens "sérios", como louças e relógios de parede. Mas sua especialidade é o divertido. Os utensílios incluem uma frigideirinha que faz panquecas com cara de urso (R$ 110); entre os objetos, um depilador Ladyshave anos 80 no estojo original (R$ 90) e um corpo de cachorro-salsicha para vestir no isqueiro Bic (R$ 5).
No segundo andar, o "quarto das meninas" abriga o menor brechó do mundo, com uma arara só, mais peças seletas de marcas novas, cortinas e almofadas étnicas e achados sortidos, como o cacto para pendurar bijuterias (R$ 40).
Ainda que com deslizes- a sacolinha de ráfia de R$ 68, por exemplo-, os preços são os mais justos do segmento. Sim, algumas coisas poderiam ser arrematadas no fornecedor por menos. É o caso dos plásticos estampados com legumes ou pingüins, que viram excelentes toalhas de mesa (R$ 45).
Mas, pensando bem, para não ter que virar o Brás atrás disso, está valendo.


ONDE ENCONTRAR
Loja Loja

r. Fernando de Albuquerque, 255, Consolação, tel. (11) 3120-5320, São Paulo


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