São Paulo, sábado, 28 de novembro de 2009

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CAPA

Unidos para vender

Lojas colaborativas são opção para quem busca roupas originais e peças de produção limitada

MALU TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Lojas coletivas, que juntam peças de vários estilistas e designers, se espalham por São Paulo. Para o consumidor, é a chance de conhecer trabalhos novos e comprar peças originais, às vezes exclusivas. Para quem vende, é um jeito de atrair mais público e diminuir os custos.
A estilista Fernanda Yamamoto, 30, abre hoje, na Vila Madalena, sua primeira loja. Além das roupas desenhadas por ela, há peças de mais oito jovens estilistas. "Esse é o caminho para quem é novo", acredita.
Uma das convidadas de Fernanda é a mineira Julia Valle, 26, que participou das últimas três edições do Rio Moda Hype. "É ótimo poder mostrar meu trabalho em outros lugares", diz Julia, que preparou para a loja uma coleção exclusiva, toda em tons de amarelo.
A Amor de Madre, inaugurada há um mês, vende itens de design também nessa base da cooperação. Os donos, o colombiano Ivan Hurtado e a brasileira Olivia Yassudo, chamaram cerca de 20 designers e marcas para participar, entre eles o Studio Manus, conhecido por suas xícaras aladas, e o tatuador Jun Matsui, que criou escapulários de ouro para a loja. A peça mais vendida ali é uma borracha de 15 cm onde se lê "apaga a dor", criada por Mônica Schoenacker.
"O bacana de coletivo é que cada artista atrai seu público. Se temos 20 e cada um atrai 15 pessoas, acabam vindo 300", diz Hurtado.
Quem não atrai e não vende, perde o espaço. Na Central de Designers, que funciona no Morumbi, há uma alternância de quem expõe joias nas vitrines. A cada três meses, a dona, Cristiane Maradei, que cria joias, escolhe quem vai sair e quem vai entrar no lugar. O critério para permanecer é vender bem e, segundo ela, vende mais quem cria as peças mais originais, com preço mais acessível.
Esse também é critério na Endossa, a primeira experiência colaborativa na capital. Hoje, quase um ano depois da inaguração, a loja abriga 138 marcas e tem mais 300 na lista de espera. Quem não atinge a meta de vendas dá lugar a outro. Segundo Gustavo Ferrioli, um dos sócios, 25 marcas são substituídas a cada mês. Entre outros itens, a Endossa tem vestidos e camisetas.
Ali, qualquer um pode alugar um espaço e vender: há boxes que servem de vitrine para os diferentes criadores, espalhados pelas paredes da loja. "Aqui é um lugar de teste de público. A gente valoriza quem está começando. Endossamos, para que vendam em outros lugares depois", diz Gustavo Ferrioli.
O coletivo Casa de Criadores, evento que reúne jovens estilistas, abriu loja nos Jardins. Há roupas e acessórios criados por gente que, se não juntasse as forças, demoraria mais tempo para se estruturar, vender e ver sua moda ser reconhecida.
Na Chic Chic Lab de Criação, a dona, Fanny Fergunson, gosta de informar quem compra sobre a história dos objetos e de seus criadores. Além de marcas conhecidas, ela expõe coisas de designers e artesãos, com preços que vão de R$ 5 a R$ 2.000.

Leticia Moreira


Leticia Moreira
Boxes e araras da loja colaborativa Endossa, que tem vestidos, camisetas divertidas e acessórios originais à venda. O preço do aluguel dos boxes varia entre R$ 85 e R$ 630 por mês. Algumas marcas mantêm seu espaço desde a inauguração da loja, em março de 2008

Leticia Moreira
Fachada da loja temporária da Casa de Criadores, nos Jardins, e detalhe de acessórios criados pelos novos estilistas participantes

Leticia Moreira




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