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CAPA
Unidos para vender
Lojas colaborativas são opção para quem busca roupas originais e peças de produção limitada
MALU TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL
Lojas coletivas, que juntam peças de vários estilistas
e designers, se espalham por
São Paulo. Para o consumidor, é a chance de conhecer
trabalhos novos e comprar
peças originais, às vezes exclusivas. Para quem vende, é
um jeito de atrair mais público e diminuir os custos.
A estilista Fernanda Yamamoto, 30, abre hoje, na
Vila Madalena, sua primeira
loja. Além das roupas desenhadas por ela, há peças de
mais oito jovens estilistas.
"Esse é o caminho para
quem é novo", acredita.
Uma das convidadas de
Fernanda é a mineira Julia
Valle, 26, que participou das
últimas três edições do Rio
Moda Hype. "É ótimo poder
mostrar meu trabalho em
outros lugares", diz Julia,
que preparou para a loja
uma coleção exclusiva, toda
em tons de amarelo.
A Amor de Madre, inaugurada há um mês, vende itens
de design também nessa base da cooperação. Os donos,
o colombiano Ivan Hurtado
e a brasileira Olivia Yassudo,
chamaram cerca de 20 designers e marcas para participar, entre eles o Studio
Manus, conhecido por suas
xícaras aladas, e o tatuador
Jun Matsui, que criou escapulários de ouro para a loja.
A peça mais vendida ali é
uma borracha de 15 cm onde
se lê "apaga a dor", criada
por Mônica Schoenacker.
"O bacana de coletivo é
que cada artista atrai seu público. Se temos 20 e cada um
atrai 15 pessoas, acabam vindo 300", diz Hurtado.
Quem não atrai e não vende, perde o espaço. Na Central de Designers, que funciona no Morumbi, há uma
alternância de quem expõe
joias nas vitrines. A cada três
meses, a dona, Cristiane Maradei, que cria joias, escolhe
quem vai sair e quem vai entrar no lugar. O critério para
permanecer é vender bem e,
segundo ela, vende mais
quem cria as peças mais originais, com preço mais acessível.
Esse também é critério na
Endossa, a primeira experiência colaborativa na capital. Hoje, quase um ano depois da inaguração, a loja
abriga 138 marcas e tem
mais 300 na lista de espera.
Quem não atinge a meta de
vendas dá lugar a outro. Segundo Gustavo Ferrioli, um
dos sócios, 25 marcas são
substituídas a cada mês. Entre outros itens, a Endossa
tem vestidos e camisetas.
Ali, qualquer um pode alugar um espaço e vender: há
boxes que servem de vitrine
para os diferentes criadores,
espalhados pelas paredes da
loja. "Aqui é um lugar de teste de público. A gente valoriza quem está começando.
Endossamos, para que vendam em outros lugares depois", diz Gustavo Ferrioli.
O coletivo Casa de Criadores, evento que reúne jovens
estilistas, abriu loja nos Jardins. Há roupas e acessórios
criados por gente que, se não
juntasse as forças, demoraria mais tempo para se estruturar, vender e ver sua
moda ser reconhecida.
Na Chic Chic Lab de Criação, a dona, Fanny Fergunson, gosta de informar quem
compra sobre a história dos
objetos e de seus criadores.
Além de marcas conhecidas,
ela expõe coisas de designers e artesãos, com preços
que vão de R$ 5 a R$ 2.000.
Leticia Moreira
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Leticia Moreira
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Boxes e araras da loja colaborativa Endossa, que tem vestidos, camisetas divertidas e acessórios
originais à venda. O preço do aluguel dos boxes varia entre R$ 85 e R$ 630 por mês. Algumas marcas mantêm seu espaço desde a inauguração da loja, em março de 2008
Leticia Moreira
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Fachada da loja temporária da Casa de Criadores, nos Jardins, e detalhe de acessórios criados pelos novos estilistas participantes
Leticia Moreira
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