São Paulo, sábado, 28 de novembro de 2009

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COBAIA [experiências e testes de consumidores]

O teste das lava-louças

Associação Brasileira de Defesa do Consumidor avalia máquinas; veja modelo com melhor custo/benefício

DA REPORTAGEM LOCAL

As lava-louças ainda não alcançaram o status de eletrodoméstico indispensável. Muita gente não confia no poder dos jatos d'água e prefere a pia e a velha bucha com detergente para deixar os pratos brilhando. A Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) pôs quatro modelos à prova. O resultado da avaliação foi positivo para os aparelhos. Todos receberam nota máxima em eficiência de lavagem e consumiram muito menos água do que o método tradicional.
Foram comparadas as lavadoras Bosch Ecoplus, Brastemp Convenience, Electrolux Bluetouch e Philco. Segundo a Pro Teste, os critérios de seleção foram a presença das marcas no mercado nacional e a similaridade entre os modelos. Todos eles lavam 12 conjuntos completos de louça (pratos, talheres e panelas).
Para o teste, cada máquina foi carregada com a mesma quantidade de louça, suja de maneira uniforme pelos técnicos da associação. Cada aparelho fez seu ciclo completo por três vezes. Foram levados em conta a clareza do manual de instruções, a facilidade de uso, o desempenho de lavagem e secagem, a ocorrência de migração de sujeira de uma peça para outra durante o ciclo e de manchas nos talheres. O consumo de água e energia também foi computado na nota final.
O melhor desempenho foi o da máquina Bosch Ecoplus, que completou seu ciclo sete minutos antes do que a média das marcas testadas. Mas, levando em conta o custo/benefício, a escolha da Pro Teste foi o aparelho da Philco, que a entidade encontrou no mercado pelo menor preço.
Uma desvantagem comum a todas as máquinas é a demora: em média, levam duas horas para completar o ciclo. A da Philco, que foi a mais lenta, demorou 2h36. Pôr a louça nos aparelhos também requer uma certa metodologia. Segundo o engenheiro químico Dino Lameira, pesquisador da Pro Teste responsável pela avaliação, é preciso preencher primeiro os cestos superiores. "Começando por baixo, as máquinas tendem a tombar para a frente, se não estão embutidas." O posicionamento do cestinho para os talheres também pode atrapalhar a colocação dos pratos. "Se os pratos são grandes, fica difícil encaixar os talheres. Seria melhor se fosse possível colocá-los em outros lugares das máquinas", diz o pesquisador.
Os manuais também têm problemas. Nenhum diz que se deve colocar menos produto secante quando a lavadora não está cheia. "Isso leva a um gasto maior do produto e a manchas nas louças", afirma Lameira, da Pro Teste. As instruções do aparelho da Philco levaram a nota mais baixa, porque há erro na informação de onde colocar detergente na pré-lavagem.
O consumo de energia e água foi um ponto positivo comum a todos os aparelhos. Em média, consumiram 1 kWh por ciclo e cerca de 20 litros de água. De acordo com a Pro Teste, usando as máquinas quatro vezes por semana, o gasto com luz e água em um ano não chega a R$ 100. Lavando a louça à mão com a torneira aberta, por 15 minutos, gastam-se 240 litros, segundo as contas da associação. (DÉBORA MISMETTI)



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