São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2008

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Morte, vida e consumo (‘trans-ritos’)

Esta tendência acentua a ritualização da vida. O prefixo "trans", explica o sociólogo Dario Caldas, "vai por conta do caráter transgressivo que algumas dessas manifestações assumem numa sociedade em que ritualizar também é "mainstream - basta ver o que acontece com o casamento gay nos EUA".
As pessoas passam a se apropriar do design de suas mortes: querem elaborar e customizar tudo, até o fi m da vida. O melhor exemplo são os funerais de Dercy Gonçalves.
Funerárias no interior de São Paulo criam velórios temáticos, de acordo com a personalidade do morto. Essa, segundo Caldas, é uma sensibilidade já bastante difusa, numa população que envelhece rapidamente. Segundo ele, a morte está no ar: Zé do Caixão ganha reconhecimento cultural e novo fi lme com figurinos de Herchcovitch.
A ritualização se estende ao consumo. O consumidor "complex" adora um ritualzinho, sabe como é, vinhos, charutos. "Mas esse modelo se difunde de modo inusitado, como no caso do restaurante em Tóquio, que submete seus clientes a todo um ritual descrito no menu para... saborear caramelos!".


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