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DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 02 A 07 DE FEVEREIRO DE 2007

 

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CINEMA

A Conquista da Honra

Eastwood examina heroísmo em Iwo Jima

Sérgio Rizzo

Nada mais enganoso do que encarar "A Conquista da Honra" como um filme destinado, a exemplo de tantos dramas de guerra norte-americanos, a apenas engrandecer a participação dos EUA na Segunda Guerra.

Seria exagero também, por outro lado, esperar dele a função de advogado do diabo, como o fictício (e anti-semita) presidente Charles Lindbergh do romance "Complô contra a América", de Philip Roth, para quem os EUA não deveriam ter entrado no conflito.

Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, como Clint Eastwood tem feito em sua obra madura de cineasta. O mundo, em filmes como "Sobre Meninos e Lobos", é complexo, cheio de nuances, de interesses divergentes, de versões e contraversões -e de gente tentando viver dignamente em meio a isso.

É assim em "A Conquista da Honra", que examina o conceito de heroísmo e o uso feito dele nos EUA, no passado e também no presente, a partir da célebre foto de seis soldados erguendo a bandeira no alto de uma colina na batalha de Iwo Jima.

As coisas em geral não são como parecem ser, sustenta o filme a partir de idas e vindas no tempo, que mantêm as circunstâncias do combate (e da bandeira) sempre vivas, dolorosamente vivas, para todos os que estiveram lá.

Meninos enviados ao front e depois usados pela máquina de propaganda do governo? Não soa como tema acidental neste momento: ecos das listas diárias de mortos americanos no Iraque quase se fizeram ouvir nas sessões do filme nos EUA, em que o público não saía da poltrona antes do final dos créditos.

Mais notável ainda é o complemento feito por Eastwood em "Cartas de Iwo Jima", com lançamento previsto para o dia 16. Ali, o eterno retorno ao cenário da batalha ocorre do lado japonês da trincheira, no esforço de compreender o outro e suas razões.
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