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DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 02 A 07 DE FEVEREIRO DE 2007

 

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CINEMA

O Último Rei da Escócia

Direção firme e ótimo ator garantem adaptação

Ricardo Calil

"O Último Rei da Escócia" começa como um inusitado "buddy movie" -uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes. Baseado no livro de Giles Folden (que se inspira vagamente em um caso real), o filme mostra a relação entre o jovem médico escocês Nicholas Garrigan (James McAvoy) e o ditador ugandense Idi Amin Dada (Forest Whitaker).

Nos anos 70, o recém-formado Garrigan vai trabalhar em Uganda cheio de idealismos. Por acaso, ele atende Idi Amin após um acidente. O novo líder do país decide transformá-lo primeiro em seu médico pessoal e, depois, em seu conselheiro mais próximo.

Quando percebe que o presidente se tornou um ditador, Garrigan prefere, a princípio, fazer vista grossa -em uma barganha faustiana para permanecer perto do poder. O médico só decide tomar uma atitude ao descobrir que Idi Amin virou um maníaco sanguinário e que sua vida também está em risco.

Em seu primeiro longa de fic ção, o escocês Kevin Macdonald usa sua experiência em documentários como "Um Dia em Setembro" (1999) para criar um convincente retrato de Uganda sob o domínio de Dada, com uma fotografia de cores saturadas e câmera na mão.

Ele também demonstra segurança para transitar da comédia ao drama, do suspense ao terror. Para tanto, conta com o brilhante desempenho de Whitaker, que vai do bonachão ao psicótico em segundos e transforma o ditador em uma figura carismática e aterradora.

Mas o grande trunfo de "O Último Rei da Escócia" é sua visão da realidade africana. Em vez de lançar um olhar caridoso para o continente -como o recente "Diamante de Sangue"-, a produção usa a fórmula do "buddy movie" para fazer uma parábola sobre como a ingenuidade camuflada de boas intenções do Primeiro Mundo pode ajudar a alimentar a miséria do Terceiro.
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