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DE SÃO PAULO
Guia da Folha
 

DE 05 A 11 DE JANEIRO DE 2007

 

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CINEMA

Diamante de Sangue

Longa hollywoodiano fica nas boas intenções

Sérgio Rizzo

Superprodução hollywoodiana com boas intenções pode ser produto quase tão perigoso -ao simplificar circunstâncias bem mais complicadas do que um longa voltado para o grande público consegue resumir- quanto o problema que denuncia ou que pretende denunciar. "Diamante de Sangue" integra essa família, a do entretenimento somado à "mensagem" sociopolítica, mas está evidentemente mais preocupado com o primeiro aspecto.

Há um bordão no filme, "Isto é África", usado por alguns personagens para ilustrar que, naquele continente, mata-se com facilidade porque esse comportamento sempre teria pertencido à essência da vida ali. De qual África, afinal, falam esses norte-americanos tão conscienciosos? Da pequena Serra Leoa, na costa oeste, hoje com cerca de 5 milhões de habitantes, um dos países mais pobres do mundo. Nos anos 90, uma guerra civil opôs os guerrilheiros da Frente Revolucionária Unida, que se abasteciam das minas de diamante do país, às tropas do governo.

A trama de "Diamante de Sangue" se ambienta no período entre o agravamento do conflito (com o avanço dos guerrilheiros na direção de Freetown, a capital) e o envio de tropas da ONU. Um mercenário sul-africano (Leonardo DiCaprio) se especializa em vender armas e contrabandear diamantes. Imprevistos o aproximam de um pescador (Djimon Hounsou), que teria descoberto uma pedra gigante, e de uma jornalista norte-americana (Jeniffer Connelly), que faz eco à campanha internacional para bloqueio da compra de diamantes de procedência suspeita.

Cada um desses personagens representa uma ala do problema, que o diretor Edward Zwick, depois de nocautear o espectador com quase duas horas e meia de ação, sugere resolver com um letreiro final que puxa as orelhas da má consciência ocidental.
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Cinema

Leonardo Di Caprio encarna um mercenário sul-africano em "Diamante de Sangue"

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