CINEMA

Apenas o Fim

Debute de cineasta brasileiro foca público jovem

Sérgio Rizzo

Realizado no campus da PUC-RJ com verba escassa, "Apenas o Fim" demonstra que o cinema feito com poucos recursos, à margem da produção convencional, pode chegar, com talento e alguma sorte, ao circuito comercial.

Prêmio de público no Festival do Rio e na Mostra Internacional de São Paulo de 2008, e muito bem recebido em pré-estreias, o primeiro longa do diretor e roteirista Matheus Souza, 20, é um raro exemplo de filme brasileiro voltado para uma faixa etária (a do próprio cineasta) em geral só atendida pela produção estrangeira.

Pouco antes de uma prova, um estudante (Gregório Du vivier) é procurado pela namorada (Erika Mader), que traz uma notícia inesperada: ela vai embora e o casal tem apenas uma hora para aquela que talvez seja a derradeira conversa entre eles.

A partir daí, fala-se muito (e com ótimo humor) enquanto a câmera acompanha os dois pelo campus e, em flash-backs, na intimidade. Lembra situações de filmes de Woody Allen e Domingos de Oliveira, mas com referências geracionais bem específicas (muitas do universo pop), e a estrutura de "Antes do Amanhecer" (1995) e "Antes do Por do Sol" (2004), de Richard Linklater.

Livre.