CINEMA

Cinturão Vermelho

David Mamet explora universo do jiu-jitsu

Sérgio Rizzo

Os filmes de ação do cineasta e dramaturgo norte-americano David Mamet -como "Os Intocáveis" (1987), que escreveu, "O Assalto" (2001), que dirigiu, ou mesmo a minissérie de TV "The Unit" (2006-2007), que criou e produziu- procuram se diferenciar da média do gênero por um tratamento mais sofisticado de personagens e diálogos.

O cuidado reaparece em "Cinturão Vermelho", inspirado em um universo que Mamet conhece como praticante: o do "Brazilian jiu-jitsu". No centro da trama, um professor (Chiwetel Ejiofor, de "Coisas Belas e Sujas" e "O Plano Perfeito") que mantém com dificuldades uma academia em Los Angeles e se esforça para que seus alunos respeitem, como ele, os valores nobres das artes marciais.

Seus princípios são submetidos a um duro teste quando conhece um ator de Hollywood (Tim Allen, de "Meu Papai É Noel") e se envolve com empresários (entre eles, um interpretado por Joe Mantegna, presença habitual em filmes de Mamet), cujos negócios obscuros incluem manipulação de resultados de lutas.

Para complicar a situação, sua própria mulher (Alice Braga) e seu cunhado (Rodrigo Santoro) o pressionam para que se integre ao lado negro da força.

Lutadores brasileiros participam do elenco em papéis secundários e é possível ouvir frases em português em diversos momentos, inclusive na seqüência-chave do filme. Um atrativo extra para um drama de aventura híbrido, com boas cenas de combate e diálogos de fundo filosófico.

Na tentativa de agradar tanto ao público de ação quanto ao que habitualmente acompanha Mamet, a combinação oferece o risco de deixar todo mundo um pouco insatisfeito.

Censura: 14 anos.