CINEMA

A Questão Humana

Drama francês revela fantasma oculto

Sérgio Rizzo

No início, é apenas do universo corporativo, em período de "reestruturação" e demissões em massa, que parece tratar "A Questão Humana".

Seu protagonista (Mathieu Amalric, de "O Escafandro e a Borboleta") é um psicólogo que trabalha na área de recursos humanos de uma empresa alemã instalada na França, voltado para o recrutamento e a programação de atividades lúdicas.

A ênfase no impacto social da crise econômica -que também ocupou outros dois longas do diretor Nicolas Klotz, "Pária" (2000) e "A Ferida" (2004)- passa a se combinar com o processo de desequilíbrio desse funcionário exem plar a partir do momento em que recebe a missão de investigar a sanidade mental do diretor-presidente (Michael Lonsdale, de "Munique" e "Sombras de Goya").

Ficamos quase o tempo todo ao lado do protagonista, enquanto o terreno pantanoso no qual se move revela segredos ocultos nas entranhas da corporação e na biografia de seus executivos.

No lento e árido desenvolvimento desse processo de tomada de consciência, Klotz sai da esfera privada para a pública, e volta a conectar a Europa com um fantasma que a assombra desde a Segunda Guerra.

Censura: 14 anos.