CINEMA

A Banda

Comédia retrata sentimento de inadequação

Ricardo Calil

"A Banda", primeiro longa-metragem do israelense Eran Korilin, mostra a viagem de uma pequena orquestra militar egípcia para um show em Israel. Mas não espere o típico drama humano sobre conflitos entre árabes e judeus no Oriente Médio.

A matriz do filme está muito mais próxima da comédia independente americana. Seus personagens parecem saídos dos primeiros trabalhos de Jim Jarmusch: seres solitários, deslocados, à beira da catatonia, enquadrados em longos planos estáticos e silenciosos. Por outro lado, eles correspondem a certas tipificações: há o maestro antiquado (Sasson Gabai), o assistente tímido e o jovem rebelde e sedutor.

O grupo se perde no caminho e fica preso por uma noite em uma pequena cidade israelense. Eles são alimentados e abrigados pela dona de um restaurante (Ronit Elkabetz) e por seus amigos.

Mais do que as diferenças culturais entre os dois povos, o filme se esforça para mostrar os sentimentos de inadequação e isolamento que unem os seres enfocados. Aos poucos, Korilin consegue driblar os estereótipos que utiliza no começo e descobrir o afeto por cada um dos personagens. Não deixa de ser uma bela mensagem política, mesmo que embalada pelos vícios e as virtudes da comédia independente.

Censura: 12 anos.