CRIANÇA

Era uma Vez um Rio

Texto propõe reflexão ecológica à platéia infantil

Gabriela Romeu

Antes do início de "Era uma Vez um Rio", dois atores à beira de um tapete-rio já estão a postos no palco, ignorados pela platéia que se ajeita nas cadeiras. A cena não é nada diferente da dos motoristas que passam indiferentes ao rio, um "morto-vivo" que corre pelas vias marginais da cidade.

Quando o espetáculo inicia, a luz de noite enluarada sobre o menino da roça e o rio de sua infância, povoada pelas crendices da avó e a histeria da mãe, vai aos poucos criando cumplicidade da fabulação dirigida por Lavínia Pannunzio.

Em um cenário composto por caixas de madeira, cheias das quinquilharias que compõem a memória dos tempos de meninice, o garoto dialoga com um universo familiar interpretado por dois atores habilidosos em transmutar um personagem em outro.

E o ator Ando Camargo faz um menino sem estereótipos, mas cheio de perguntas -"Rio dorme, pai?". As crianças também saem com seus questionamentos, instigadas pelo texto metafórico e ecológico -sem lançar mão de bordões verdes- de Martha Pannunzio.

Sesc Vila Mariana - auditório (r . Pelotas, 141, Vila Mariana, região sul, tel. 5080-3000). 130 lugares. A partir de cinco anos. Dom.: 15h30. Até 4/3 (a partir do dia 18/3 estará em cartaz no S esc Santo André). 60 min. Ingr.: R$ 3 a R $ 6. Estac. (a partir de R$ 5). D