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m. takara

Músico experimenta sons da cidade em novo CD

Adriana Küchler

Enquanto a reportagem escutava o novo CD do multiinstrumentista Maurício Takara, "Conta", ouviu um barulho esquisito no carro. De onde vinha? Era apenas mais uma das experimentações sonoras do músico, que lança seu terceiro álbum solo, hoje (dia 2), no MIS.

Baterista das bandas Hurtmold, Instituto e São Paulo Underground (com o americano Rob Mazureck), com quem deve lançar outros três discos neste ano, Takara reúne inspirações tão diferentes quanto o free jazz de Alice Coltrane e a música tribal eletrônica do grupo Konono nº 1. "Mas a influência máxima que define o meu som é o cotidiano", explica o músico de 24 anos, que fez gravações sonoras na rua, passeando com o cachorro ou andando de ônibus, como experimentações para o novo álbum.

"São Paulo é barulhenta, uma massa sonora. E vejo o meu som como o da cidade, massudo, mas com detalhes que às vezes não se percebe."

Diante da pergunta que a maioria dos artistas detesta (como definir o seu som para quem nunca o ouviu), Takara arrisca um conceito preciso: música eletrônica experimental. "Talvez seja rock e jazz demais para a música eletrônica. Não é música de pista, mas para o rock não dá porque não tem guitarra."

Com seu projeto solo e com suas bandas, é considerado uma espécie de menino-prodígio no cenário experimental -já tocou no Tim Festival e no festival Sónar, em Barcelona. "Só no ano passado participei de cinco turnês no exterior, mas sei que a minha música não é óbvia, não tem muito apelo. É um amontoado de idéias."

No show, em que comanda samplers, sintetizadores, teclado e trompete, vem acompanhado do baterista Richard Ribeiro, do percussionista Rogério Martins e do projecionista Cleber Dantas.

MIS - auditório (av Europa, 158, Jardim Europa, região oeste, tel. 3062-9197). 174 lugares. Hoje (dia 2): 21h. Ingr.: R$ 6 (p/ estudantes: R$ 3). Estac. c/ manob. (R$ 5 e R$ 7 - convênio). A