TEATRO

Imperador e Galileu

Sérgio Ferrara monta texto inédito de Ibsen

Maria Eugênia de Menezes

Nem só de "Casa de Bonecas" e "Hedda Glaber" se faz a obra de Henrik Ibsen. E Sérgio Ferrara sabe disso. Depois de levar aos palcos "O Inimigo do Povo" (2006), o encenador lança-se à tarefa de dirigir e adaptar "Imperador e Galileu", mais um texto do dramaturgo norueguês, que agora ganha montagem protagonizada pelo ator Caco Ciocler.

Inédita no país, a peça estréia hoje (dia 18), no Sesc Santana. No trabalho, Ibsen põe em pauta a questão do radicalismo religioso ao rever a figura de Juliano, imperador que erroneamente herdou a alcunha de "anticristo" ao decretar a liberdade de credo em seu reinado. "A questão da in tolerância religiosa continua muito atual. Ainda hoje, a religião é usada como pretexto nas disputas pelo poder", pontua Ferrara.

Escrita durante o exílio de Ibsen na Itália, "Imperador e Galileu" é uma peça de idéias, que se desenrola quase como um tratado filosófico. Em uma demorada incursão pelos domínios da história, o autor redimensiona as atitudes do jovem monarca e deixa entrever os dualismos (especialmente entre idealismo e realidade), que marcariam suas obras posteriores.

Sesc Santana - av. Luiz Dumont Villares, 579, Santana, região norte, tel. 2971-8700. 349 lugares. Sex. e sáb.: 21h. Dom.: 19h30. Ingr.: R$ 5 a R$ 20. 120 min. 14 anos. Até 24/8 a