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Xampinha matou Liana indo para ponto de ônibus

EM RECONSTITUIÇÃO DO CRIME, QUE DUROU SEIS HORAS E MEIA, MENOR DIZ QUE IRIA SOLTAR A ESTUDANTE, MAS TEVE UM "ESTALO'


O menor R.A.A.C., 16 anos, o Xampinha, disse ontem à polícia que, na madrugada do último dia 5, estava levando Liana Friedenbach, 16, até um ponto de ônibus, onde pretendia libertá-la, quando teve um "estalo" e decidiu matar a adolescente. Foi o que fez, desferindo um golpe de faca no pescoço de Liana, ao qual se seguiram pelo menos 17.
Xampinha ainda bateu com o cabo da faca na cabeça da refém. Durante as agressões, Liana teria dito apenas "ai" -duas vezes. O corpo foi encontrado vestido com um conjunto de moletom, mas estava sem as peças íntimas.
Os detalhes do crime foram narrados por Xampinha, segundo a polícia, durante a reconstituição dos assassinatos de Liana e de seus namorado, Felipe Silva Caffé, 19 anos, ocorrida ontem, das 8h30 às 14h, na mata de Embu-Guaçu (Grande São Paulo).
Além dos delegados responsáveis pelo caso, assistiram às cenas peritos do IC (Instituto de Criminalística), o promotor de Justiça designado para acompanhar a apuração -Marcos de Oliveira Manfrin- e cerca de 20 policiais civis. O acesso da imprensa aos locais percorridos pelos acusados não foi permitido.
A reconstituição teve início no sítio do Lê, onde o casal foi abordado. A segunda parte ocorreu na cabana que serviu de cativeiro aos estudantes. Em seguida, foram representadas as mortes dos dois.
Segundo Angela Saporito, perita-chefe do IC de Taboão da Serra (Grande SP), tanto Xampinha como Paulo César da Silva Marques, 32, o Pernambuco -dos cinco acusados, os dois que participaram da reconstituição-, mantiveram frieza durante toda a reconstituição. "Parecia que eles estavam na varanda da casa deles. Não se sensibilizaram em nenhum momento."
Às investigações, a encenação dos crimes acrescentou um detalhe: Liana e Felipe foram conduzidos encapuzados -com toalhas- da barraca até o cativeiro. Chegaram ao casebre após 2 km de caminhada. No total, Liana percorreu 20 km enquanto esteve refém -sempre dentro da mata e por trilhas que, avalia a polícia, praticamente só Xampinha conhecia. (Fábio Grellet)



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