Estudo revela baixo índice de recuperação de recicláveis no país

Apenas papéis e papelões aumentaram coleta e melhoria no aproveitamento

Funcionário separa lotes de plástico para reciclagem em depósito na startup de reciclagem Wise, em Itatiba (SP) - Alberto Rocha/Folhapress

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Além do aumento da geração per capita de resíduos e da estagnação nos programas de coleta seletiva, como mostra reportagem da Folha, a situação da reciclagem de materiais no país não apresentou bons resultados no último ano, segundo mostra o mais recente Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada há oito anos, obriga a estruturação de sistemas de logística reversa para os setores econômicos que são responsáveis pela produção de materiais que podem causar dano ao ambiente. 

Fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores são responsáveis por organizar a volta desses materiais pós consumo ao ciclo produtivo ou a correta destinação, no caso de produtos que não têm reciclabilidade no momento.

A PNRS também prevê que a reciclagem —processo de transformação dos resíduos para transformá-los em insumos ou novos produtos— é prioritária.

O Brasil tem programas que já foram considerados referência, como os de embalagens de agrotóxicos, embalagens de óleos lubrificantes e de pneus inservíveis, e mais recentemente estabeleceu um acordo para as embalagens em geral, englobando plásticos, papéis e papelões e alumínio. 

De todos esses materiais citados, segundo o estudo, apenas papéis e papelões apresentaram aumento de coleta e melhoria no índice de aproveitamento pós consumo nos últimos três anos. Em 2015 eram 11.030 toneladas recuperadas por dia; em 2016 o número caiu para 11.000 e, em 2017, subiu para 11.437, com índice de reaproveitamento de 52,3%.

Em relação às demais embalagens que fazem parte do mesmo acordo setorial, o alumínio oscilou de 844 toneladas/dia em 2015 para 809 em 2016 e 821 em 217. Ainda é o item com maior aproveitamento, com 87,2% de recuperação.

Os plásticos, que em 2015 tiveram recuperação de 1.784 toneladas/dia, passaram para 1.716 em 2016 e, em 2017, ficaram com 1.738 toneladas por dia.

O índice de recuperação é ainda muito baixo: 8,2%. As embalagens de agrotóxico tiveram queda de 45.500 toneladas em 2015 para 44.528 em 2017; as de óleos lubrificantes, de 99 milhões de unidades em 2015 para 91 milhões em 2017; as de pneus inservíveis tiveram pequenas oscilações em torno do valor de 2017, de 451 mil toneladas por dia (452 mil toneladas em 2015 e 457 em 2016). A versão digital está disponível para download em www.abrelpe.org.br

Os números são muito baixos, principalmente tendo em conta o aumento da quantidade de carros novos no mercado nos últimos anos, o uso massivo de agrotóxico na lavoura e o aumento de consumo de comida e bebida processada, que vem embalada em papel, alumínio e plástico.

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