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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Empresa que não coletar embalagem ficará sem licenciamento ambiental em SP

Em outubro, estado passará a exigir que companhias façam logística reversa

Maria Cristina Frias

Cerca de 20 mil empresas de São Paulo não informam à Cetesb (companhia ambiental do estado) se têm uma operação de logística reversa, o que pode gerar problemas a partir de outubro deste ano.

Uma regra, que passará a valer em um mês, vai condicionar a obtenção de licença ambiental por um empresa a informações sobre a coleta do lixo resultante de seus produtos ou embalagens e à sua destinação correta.

A obrigação de ter um plano de logística reversa existe desde 2010, mas São Paulo será o primeiro estado a penalizar quem não a cumpre. 

Alberto Rocha -24.ago.18/Folhapress

De cerca de 30 mil companhias que atuam em São Paulo com esse perfil, apenas aproximadamente 10 mil informaram à Cetesb sobre suas operações.

“Essas empresas não devem necessariamente mostrar seu plano em outubro, mas, sim, no momento em que forem renovar sua licença”, afirma Fernanda Stefanelo, advogada ambiental do Demarest.

Não está claro qual será a pena para as que não conseguirem fazer isso, diz Werner Grau, sócio do Pinheiro Neto. “Empreendimentos que estão no estado há décadas não vão poder existir?”

A expectativa é que haja uma progressão de penalidade: advertência, multa, embargo e suspensão de atividades, segundo o advogado. 

Algumas das exigências que a Cetesb impôs, como a obrigatoriedade de recolhimento de resíduos derivados de produtos como pilhas e óleo lubrificante em todos os municípios do estado, não são exequíveis de imediato, diz.

“A Cetesb precisa criar regras de transição. Se não houver prazos e metas factíveis, chegaremos a um ponto de ruptura, e o cenário de briga na Justiça é o pior possível”, acrescenta Grau.

 

Para voltar a ter margem

O aumento nas taxas médias de ocupação dos hotéis no Rio em agosto, causado pela demanda gerada por grandes shows e eventos corporativos na cidade, tem permitido uma subida das diárias.

A alta do preço das tarifas foi de 10% no mês, segundo levantamento da Abih-RJ (associação dos hotéis).

“O primeiro semestre foi ruim. Na Barra da Tijuca tinha lugar com vacância de 70%. A Copa também nos afetou. Agora, sentimos uma melhora com as feiras”, diz Alfredo Lopes, presidente da entidade.

“Os valores subiram, mas ainda são atrativos, estavam no menor patamar possível. Alguns hotéis de três estrelas cobravam R$ 140 com café da manhã. Mesmo com a alta, a defasagem chega a 35%”, afirma.

A cidade deverá receber 50 eventos até dezembro. A tendência é que, mesmo se houver novos reajustes, as tarifas fiquem abaixo do registrado antes da crise, segundo a associação.

 

Construção fora do prumo

O emprego na construção pesada em São Paulo teve a segunda maior queda do ano em julho, segundo o Sinicesp (sindicato do setor). Ao todo, foram fechados 392 postos de trabalho.

A estimativa era que houvesse crescimento devido a obras previstas para a rodovia Raposo Tavares, mas os trabalhos foram postergados, afirma Carlos Prado, gerente técnico da entidade.

“O atraso em julho deverá ter um efeito positivo em agosto”, diz ele.

Há superávit de 549 vagas no acumulado dos sete primeiros meses deste ano.

“A tendência é 2018 terminar em baixa devido ao fim dos contratos e à possível transição de governo após as eleições”, afirma Prado.

As áreas ligadas a rodovias e ferrovias foram as que tiveram maior déficit neste ano, enquanto empregos ligados a projetos de saneamento básico, água e esgoto registraram a maior alta.

 

Impressão centralizada

A gráfica online Printi vai começar a abrir pontos físicos e aumentar sua capacidade de impressão até o fim de 2019, segundo o diretor-executivo, Diego Luz.

O plano exigirá um investimento de R$ 63 milhões. A empresa vai desativar seu parque gráfico no bairro de Vila Leopoldina, em São Paulo, e centralizar sua produção na planta de Barueri (SP).

“Teremos três impressoras offset novas, além de máquinas secundárias, como guilhotinas”, afirma o executivo.

“Serão pelo menos R$ 50 milhões nessa expansão e, de lá, atenderemos as demandas de todos os estados.”

O restante do aporte será usado na abertura de três lojas físicas neste ano e dez em 2019, além da estruturação de um sistema de franquias.

“A ideia é que as unidades tenham um showroom, designers que façam ajustes nos pedidos e um ponto de retirada.”

A empresa já possui uma operação em formato piloto na capital paulista. Os pedidos são feitos pela internet.

R$ 100 milhões
foi o faturamento em 2017

49%
é a fatia da americana Cimpress; o restante pertence aos fundadores

 

Sem medo... Alertar e treinar funcionários sobre riscos cibernéticos é prioridade para 4% das empresas ouvidas no Brasil pela consultoria Willis Towers Watson. Foram ouvidos 261 departamentos de recursos humanos.

...da internet O índice é de 66% nos Estados Unidos. Os assuntos vistos como mais importantes no país ainda são muito básicos e ligados a cultura organizacional das empresas, afirma Erika Graciotto, da consultoria. 

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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