Bolsonaro só para baixinhos

Candidato lança campanha especial para as crianças

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Animado com o grande sucesso de sua crítica literária no Jornal Nacional e dos ensinamentos sobre como simular uma arma com as mãos, o candidato Jair Bolsonaro lançou oficialmente uma campanha só para baixinhos.

"Tenho conversado muito com o mercado. O Brasil vai ter que escolher entre ter mais infância e menos emprego ou menos infância e mais emprego", explicou, enquanto mostrava a um petiz como se desarma uma granada.

O candidato criou um canal no YouTube no qual contará histórias para a criançada com os trajes do Vigilante Rodoviário. "Você pega a Chapeuzinho Vermelho. A criança precisa entender a moral da história: só o caçador, que tem porte de arma, consegue salvar todo mundo. É simples, OK?", avaliou. Para não sobrar dúvidas, Bolsonaro deu outro exemplo. "Será que os Três Porquinhos passariam por tudo aquilo se tivessem auxílio-moradia? Claro que não. Mas a imprensa golpista distorce tudo."

Em seguida, o candidato botou um fuzil na mão de uma menina de quatro anos e propôs uma atividade lúdica com viés educativo. "Imagine que você é a Branca de Neve e a bruxa tá chegando com a maçã envenenada. Tem que deixar livre a linha de tiro e partir para cima, entendeu? Se resvalar tiro num anão ou num cervo, ignora essa ditadura do politicamente correto, OK?", ensinou, em tom professoral. "As mulheres têm que aprender desde cedo que não basta ficar no mimimi, o negócio é pegar em armas antes de pegar numa boneca."

Para evitar que jovens inocentes travem contato com o kit gay, o candidato prometeu alfabetizar as crianças somente a partir dos 18 anos. "E todo mundo vai aprender a ler primeiro o ato institucional número 5", disse, ajoelhado no milho.

Bolsonaro também sugeriu que a tutela dos pais seja substituída pela dos militares. "A gente tem que resgatar a hierarquia dentro de casa. No seio da família. O general Hamilton Mourão desenvolveu uma cartilha de educação que vai colocar as próximas gerações nos eixos", concluiu.

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