Descrição de chapéu violência

Polícia do CE prende em enterro sete suspeitos de participar de chacina

Crédito: Evilázio Bezerra / O POVO Chinelos e tênis abandonados em festa de forró após correria devido a ataque de bandidos; 14 morreram

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A polícia prendeu, nesta segunda-feira (29), sete suspeitos de participação na maior chacina do Ceará, que terminou com 14 mortos e 16 feridos na periferia de Fortaleza, no último sábado (27).

Os suspeitos foram detidos no momento em que acompanhavam o enterro de uma mulher no cemitério de Pacatuba, cidade da região metropolitana de Fortaleza.

A Secretaria de Segurança Pública do Ceará confirmou que cinco dos sete suspeitos já estavam sendo investigados pelo crime. A pasta da segurança informou ainda que liberou dois homens detidos no cemitério após constatar que não havia nenhum indício de que eles participaram da chacina.

Com os suspeitos, a polícia apreendeu três armas e munições. O armamento será periciado e as análises buscarão saber se as armas foram usadas na chacina.

Até agora, a polícia já prendeu seis suspeitos. No sábado, após a chacina, um homem foi detido portando um fuzil.

PROTESTO

Um grupo de moradores da região de Cajazeiras, em Fortaleza, fez um protesto na noite desta segunda por conta da chacina.

A manifestação reuniu em torno de 40 pessoas, que fecharam os dois sentidos da BR-116 queimando pneus. Isso complicou, por cerca de uma hora, o trânsito em um dos principais acesso ao interior e ao litoral leste do Ceará.

O Forro do Gago, onde ocorreram os assassinatos no final de semana, fica próximo do acesso da rodovia ao bairro de Cajazeiras.

Crédito: Cid Barbosa - 27.jan.2018/Diário do Nordeste Carro queimado usado por bandidos em chacina na periferia de Fortaleza no último sábado (27)

CHACINA

Os criminosos chegaram a uma casa de shows em três carros, fortemente armados, e entraram atirando no clube onde era realizado o baile. Entre as vítimas estão oito mulheres e seis homens.

O ataque teria relação com uma guerra entre facções criminosas no Estado, que disputam espaços de tráfico de droga. Os atiradores seriam membros da GDE (Guardiões do Estado), e os alvos seriam do CV (Comando Vermelho). Um suspeito foi preso e um fuzil apreendido no mesmo dia.

Nesta segunda, um novo embate entre membros das duas facções terminou com dez mortos e oito feridos na Cadeia Pública de Itapajé, a 125 km de Fortaleza. De acordo com a delegacia da cidade, um grupo invadiu a área do outro, por volta das 8h30 (horário local). Ao menos três detentos estão em estado grave.

A Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará afirmou no início da noite desta segunda que 44 detentos da Cadeia Pública de Itapajé foram transferidos a unidades da região metropolitana de Fortaleza. Outros seis presos foram indiciados sob suspeita de homicídio qualificado.

Crédito: Editoria de arte/Folhapress

VIOLÊNCIA

O Ceará está entre os Estados que apresentam os piores índices de violência do Brasil.

No relatório Atlas da Violência 2017, divulgado em junho do ano passado, aparece com a terceira mais alta taxa de homicídios: 46,75 por 100 mil habitantes. Apenas Sergipe (58,09) e Alagoas (52,33) têm índices piores. A melhor taxa é a de São Paulo (12,22).

Entre as capitais, Fortaleza tem a segunda maior taxa de homicídios, com 66,72, perdendo somente para São Luis (MA), com 70,58.

Elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o estudo analisou dados do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde, até 2015.

Naquele ano houve no Brasil 59.080 homicídios, o que equivale a uma taxa de 28,9 por 100 mil habitantes.

Divulgado em outubro de 2017, o IHA (Índice de Homicídios na Adolescência) aponta o Ceará como o Estado em que mais adolescentes são assassinados (8,71 a cada 100 mil). A métrica foi elaborada pelo Unicef, o Observatório de Favelas e a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, do governo federal.

Fortaleza lidera o ranking entre as capitais, com 10,74, ante 2,2 na cidade de São Paulo. A medição é feita com dados de 2014, os últimos disponíveis, e considera apenas as 300 cidades do país com mais de 100 mil habitantes.

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