Mortes: Apaixonado pela vida, foi um construtor de sonhos
Gaúcho lutou em defesa da democracia e pela formação de líderes sociais
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Não foi apenas a formação como assistente social que tornou o gaúcho Joaquim de Lucena um homem engajado em causas sociais. A preocupação com a comunidade, com a formação de lideranças e o desejo de uma sociedade mais justa estavam na essência dele.
Para se proteger do frio de Porto Alegre (RS) era comum que Joaquim saísse de casa usando boina e casaco, itens que nem sempre estavam com ele no regresso. Bastava ver alguém passando frio que não pensava duas vezes para tirar seu casaco e oferecer ajuda.
Ele tinha uma paixão genuína pelo aprendizado e sempre buscou se especializar nas áreas em que atuou. Filho de um alfaiate, começou a trabalhar cedo e foi estudar num colégio jesuíta, onde permaneceu por quatro anos. A base educacional dessa experiência o ajudou a ser o pioneiro da família numa universidade.
No período da ditadura militar no Brasil, Joaquim foi um resistente que lutou pela democracia. De formação religiosa, lançou o livreto “A nova igreja e a história”, abordando o papel da igreja junto aos pobres. Pelo trabalho, foi perseguido, processado e até demitido de um emprego.
Mesmo com as consequências, não desistiu de suas lutas sociais e de agir por ideias.
Joaquim foi um lutador apaixonado pela vida e um construtor de sonhos. Ele dizia que não sabia dançar, mas, se ouvisse Bolero, de Maurice Ravel (1875-1937), dançava e cantava como uma criança.
Teve quatro filhos do casamento de 25 anos com Cecília: Rodolfo, Tereza, Rafael e João. Anos depois da separação, casou com Sulanir e, aos 72 anos, foi pai de Francisco.
Sempre ativo, Joaquim se reinventou depois dos 60 e ainda atuou como terapeuta. Na terça-feira (10), morreu aos 88 anos, vítima de um câncer. Deixa a esposa e cinco filhos.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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