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Coleção Folha traz diários de Eva e Adão escritos por Mark Twain

Quinto volume da série chega às bancas em edição bilíngue no domingo (6/5)

O escritor americano Mark Twain - Reprodução

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Cristiane Martins
São Paulo

"Essa nova criatura de cabelo comprido está se intrometendo demais. Fica sempre rondando e me seguindo. Não gosto disso; não estou acostumado a ter companhia", registra Adão, em seu diário. A tal criatura chamava-se Eva.

O que os progenitores bíblicos da humanidade pensavam um do outro e de suas vidas no Jardim do Éden? "É impossível que uma pessoa se sinta mais como um experimento do que eu", relata, por sua vez, a primeira mulher.

É por meio do humor e da ironia que o americano Mark Twain (1835-70) reimagina o Gênesis em "O Diário de Adão e Eva", obra tema do quinto volume da Coleção Folha Inglês com Clássicos da Literatura.

A edição, que chega às bancas no domingo (6/5), traz o conto em versão bilíngue, com textos lado a lado em cada idioma, o que possibilita ao estudante de língua inglesa comparar o original e a tradução.

O volume também dá acesso a uma plataforma digital, com versões da trama em PDF e em áudio. São portas de entrada para a obra de um dos mais importantes escritores da história, conhecido por seu estilo direto, irônico e acessível.

Nesta obra de Twain, podemos ver Adão e Eva como dois jovens em um início de relacionamento, desfrutando de novidades e incômodos. As diferenças são evidentes. Ela é mais madura e meticulosa que Adão, ambos estereotipados.

Para o jornalista Manuel da Costa Pinto, consultor da Coleção Folha, a obra "é particularmente imaginativa e foge do registro realista, pois recria a cena bíblica do encontro de Adão e Eva para abordar questões, digamos, 'conjugais' que na verdade são espelho dos costumes contemporâneos ao escritor, com pitadas heréticas de humor".

Narrado em primeira pessoa, o enredo é dividido em dois diários. Antes de Eva aparecer, o preguiçoso e pouco imaginativo Adão vivia um mundo previsível e silencioso.

Um dia, a nova criatura chega e bagunça sua rotina com nomes, barulhos, ideias e mesmo uma placa de "Não pise na grama". "Minha vida não é mais tão feliz como era", diz, em um de seus lamentos.

Na segunda metade, Eva conta o seu lado da história. Ela é falante, reflexiva e curiosa. Seu espírito é livre e disposto a viver em comunidade, e seu empenho, incansável. Até o Éden acaba rebatizado: Parque das Cataratas do Niágara.

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