Dólar cai 1% e fecha abaixo de R$ 3,75 na menor cotação em mais de um mês

Bolsa brasileira avança com bom humor global após China anunciar medidas de estímulo

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Anaïs Fernandes
São Paulo

O clima de otimismo nos mercados globais e um cenário nacional sem turbulências ajudaram a Bolsa brasileira a retornar aos 79 mil pontos nesta terça-feira (24). O dólar recuou ante o real e fechou abaixo de R$ 3,75, conforme a aversão a risco pelo mundo arrefeceu.

O dólar comercial caiu 1%, para R$ 3,746, na menor cotação desde 19 de junho (R$ 3,745). Na mínima do dia, chegou a R$ 3,733. O dólar à vista perdeu 1,33%, para R$ 3,7413. 

O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, avançou 1,49%, para 79.154,98 pontos, maior patamar desde 24 de maio (80.122,31 pontos). O giro financeiro foi de R$ 9,2 bilhões.

A boa notícia para o mercado veio da China. Pequim anunciou que adotará uma série de medidas fiscais e financeiras para estimular a demanda interna e fazer frente à guerra comercial travada com os Estados Unidos que vem castigando os mercados.

O governo chinês disse que vai autorizar mais empresas a deduzirem investimentos em pesquisa e desenvolvimento de seus impostos e decidiu expandir financiamentos de projetos em infraestrutura.

Das 31 principais divisas do mundo, 17 se valorizaram em relação ao dólar.

Com a notícia, os mercados asiáticos fecharam no azul. A Bolsa de Hong Kong, por exemplo, avançou 1,44%, e o índice Shanghai Shenzhen, 1,59%. As principais Bolsas europeias também encerraram o pregão em alta, com destaque para o índice CAC (França), que subiu 1,04%, e o DAX (Alemanha), com avanço de 1,12%. Em Wall Street, o Dow Jones, principal índice de Nova York, subiu 0,79%.

"Como pano de fundo, temos ainda uma sinalização de que Ciro Gomes (PDT) fica mais fraco na corrida eleitoral com o apoio do centrão a Geraldo Alckmin (PSDB). Isso levou o mercado a reagir bem na quinta-feira (19) e na sexta (20). Ontem, tivemos uma pausa pontual em dia de correção e hoje, com ajuda do exterior mais propenso a risco, investidores retomaram o movimento de buscar ativos brasileiros", explica Cleber Alessie Machado, operador da corretora H.Commcor.

Por aqui, o Ibovespa foi impulsionado por ações de mineração e siderurgia. A Vale, que responde por 12% do indicador, subiu 3,45% —na  segunda (23), a agência de classificação de risco Moody's elevou a nota de crédito da mineradora e ela voltou a ter 'grau de investimento'.

Avançaram também CSN (6,35%), Usiminas (2,27%), Gerdau (2,94%) e Metalúrgica Gerdau (0,64%), sua holding controladora.

Os papéis da Petrobras subiram 2,08% (preferenciais) e 1,77% (ordinários).​

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