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Com alta na Bolsa, fundos de ações lideram ranking de investimentos; confira lista

Tidos como opções seguras, fundos cambiais e ouro ficam na lanterna com menor aversão a risco

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Anaïs Fernandes
São Paulo

Na esteira da valorização da Bolsa brasileira, os fundos de ações lideraram o ranking de investimentos de julho elaborado pela Folha.

Alternativa para quem quer acompanhar o mercado acionário, esses fundos apresentaram rentabilidade de 7,7%, após desconto de Imposto de Renda. 

O retorno acompanha um Ibovespa (índice das ações mais negociadas) que subiu quase 9% em julho, após meses marcados por quedas.

 

"Julho foi de recuperação, com uma melhora no cenário externo, fator que vinha causando boa parte das quedas em maio e junho. Houve certa calmaria em relação à guerra comercial, com o presidente Donald Trump anunciando alguns acordos", afirma Evandro Buccini, economista-chefe da Rio Bravo. 

Ele ressalta ainda como elementos positivos para a Bolsa o bom humor dos investidores após o centrão anunciar apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e a sinalização que alguns indicadores econômicos deram de que os efeitos da paralisação de caminhoneiros de maio foram pontuais.

 

Na outra ponta, fundos cambiais e o ouro ficaram na lanterna do ranking. Tanto um quanto outro costumam ser procurados por investidores que buscam segurança diante de turbulências e acabaram penalizados pelo ambiente geral de menor aversão a risco.

Opção para quem quer seguir o comportamento de moedas estrangeiras como o dólar, os fundos cambiais recuaram 3,14% em julho, em meio à desvalorização da moeda americana ante o real no mês. O dólar comercial caiu 3,5% e terminou julho a R$ 3,755, interrompendo cinco meses de alta. O ouro recuou 2,33%.

No miolo do ranking, investimentos em renda fixa rondam variações mais tímidas. A exceção é o Tesouro IPCA 2024, título público pós-fixado corrigido pela inflação, que registrou rentabilidade de 2,34% em julho. O papel foi beneficiado por algum alívio nos juros futuros.

"Em junho, o mercado chegou a precificar que a taxa de juros subiria para quase 10% já neste ano. Agora, não há perspectiva de alta para a reunião desta semana, e as taxas médias de 2020 e 2021 já caíram bem também", aponta Buccini. Nesta quarta-feira (1º), o Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne para definir a Selic (taxa básica de juros), e a expectativa é que ela seja mantida em 6,5% ao ano.

O Tesouro Selic, título público que acompanha a taxa básica, rendeu 0,44% em julho. Já a poupança com depósitos antes de 3 de maio de 2012 rendeu 0,5%, enquanto a caderneta com aplicações após essa data teve ganho de 0,3715%. 

"Por mais que a renda fixa esteja em um patamar baixo, ela continua sendo um porto seguro para o investidor que não quer surpresa. Para os mais conservadores, pode ser uma opção melhor do que tentar ficar adivinhando para onde vai o mercado e qual é o melhor momento, porque ainda haverá bastante sobe e desce", diz Vinícius Maeda, diretor de relações com investidores da Magnetis, que auxilia na parte de renda fixa do ranking.

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