Dólar volta para R$ 3,70 e fecha na menor cotação em 2 meses; Bolsa sobe

Mercados globais aguardavam resultado do encontro entre Trump e representante da UE

Anaïs Fernandes
São Paulo

O dólar fechou esta quarta-feira (25) na menor cotação em dois meses, enquanto os mercados globais observavam o resultado da reunião de representantes dos Estados Unidos e da União Europeia e aguardavam sinalizações de trégua na guerra comercial entre as duas potências. 

O dólar comercial caiu 1,14%, para R$ 3,703 —em 25 de maio, fechou em R$ 3,669. Na mínima do dia, a moeda americana chegou a R$ 3,699. O dólar à vista recuou 0,82%, cotado a R$ 3,7105.

O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, subiu 1,34%, a 80.218,04 pontos, no maior patamar desde 23 de maio (80.867,29 pontos). 

Depois de uma reunião com o chefe da UE, Jean-Claude Juncker, nesta tarde na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, após o fechamento dos mercados, que as autoridades concordaram em trabalhar juntas na busca por zerar tarifas.

"Trump teria sinalizado uma possibilidade de acordo, com um discurso mais ameno em relação à União Europeia. Só o discurso menos 'brigão' do presidente já deixa o mercado mais tranquilo", disse Aldo Moniz, analista da Um Investimentos.

As bolsas americanas fecharam no azul. O Dow Jones, principal índice de Nova York, avançou 0,68%. Os mercados da Europa, por outro lado, caíram com a pressão de montadoras. A GM e a Fiat disseram que cortaram as previsões de lucro para 2018 devido às tarias impostas pelos EUA. 

Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o dólar perdeu força ante o real porque houve desmonte de posições compradas. "Vimos um grande desmonte das apostas do mercado na alta do dólar", afirma.

Das 31 principais divisas do mundo, 27 se valorizaram em relação ao dólar, mas o real liderou o avanço impulsionado ainda pelo otimismo dos investidores com o cenário político local. 

"O mercado está surfando na possibilidade de o centrão aderir à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) e dar corpo à sua eleição. O mercado compreende que ele é o candidato disposto a fazer as reformas que investidores entendem como necessárias para a economia", completa Galhardo.

Das 67 ações do Ibovespa, 45 subiram. O índice foi impulsionado por balanços fortes do Santander (+ 5,26%) e também do Grupo Pão de Açúcar (+7,68%).

"Depois do pessimismo que vimos com a crise dos caminhoneiros, dados vieram menos ruins do que o esperado e há expectativas boas para os balanços corporativos", observa Moniz.

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