Pânico se espalha por mercados e leva dólar a R$ 3,7480; Bolsa cai mais de 2,5%

Suspeita de pacotes com explosivos nos EUA adicionou pessimismo entre investidores

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

Tássia Kastner
São Paulo

O pessimismo que já vinha dando a direção para os mercados nos últimos pregões ganhou combustível nesta quarta-feira (24) com as suspeitas de atentados a bomba contra democratas nos Estados Unidos. O resultado foi uma queda generalizada nas Bolsas mundiais e alta do dólar.

A fagulha do noticiário político fez com que os principais índices americanos, Dow Jones e S&P 500, zerassem os ganhos do ano. Já o índice de tecnologia Nasdaq recuou mais de 4% neste pregão, a maior queda desde 2011.

No mercado doméstico, o dólar subiu 1,37%, a R$ 3,7480, enquanto a Bolsa brasileira recuou 2,62%, a 83.063 pontos.

Uma das medidas do mercado financeiro para a aversão a risco é o índice VIX, negociado na Bolsa de Chicago. Esse índice saltou mais de 20% no pregão desta quarta, reflexo do temor de investidores com o cenário econômico atual.

"Vai se chegando em um quadro em que se começa a duvidar do crescimento da economia global", diz Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.

O noticiário desta quarta foi guiado pela notícia de que autoridades americanas interceptaram supostos explosivos enviados para o ex-presidente Barack Obama, para a ex-secretária de Estado americana Hillary Clinton, para o prédio da Time Warner, dona da emissora CNN, e para congressistas americanos.

Na segunda (22), um pacote semelhante foi interceptado na casa do bilionário George Soros, 88, grande doador do Partido Democrata, em Bedford, na região de Nova York. Os americanos estão a duas semanas das eleições legislativas de meio de mandato.

Isso azedou o humor dos investidores, que já estavam contagiados pelo temor de impacto da guerra comercial entre Estados Unidos e China sobre o desempenho de empresas americanas, o debate sobre o ritmo de aumento de juros dos EUA e a desaceleração chinesa.

As perdas se acentuaram após o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) afirmar que as fábricas elevaram os preços em razão das tarifas impostas a produtos importados da China, mas que a inflação parecia modesta ou moderada na maior parte do país. Dados fracos sobre moradias nos EUA também pesaram.

Na Europa, segue ainda a queda de braço entre a Itália e a Comissão Europeia sobre o orçamento deficitário do país para 2019 e ainda a dificuldade de negociação de uma saída ordenada do Reino Unido do Brexit.

Relacionadas