Descrição de chapéu Governo Trump

Departamento de Justiça dos EUA acusa russa de tentar interferir nas eleições

Mulher gerenciava finanças de operação que tenta 'semear discórdia no sistema político'

Cabines de votação para as eleições legislativas na cidade de Minneapolis, nos EUA; russa foi processada por tentar interferir no pleito - Steve Karnowski - 20.set.18/Associated Press

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Júlia Zaremba
Washington | Reuters

A menos de um mês das eleições legislativas americanas, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos processou a russa Elena Khusyaynova, 44, nesta sexta (19) por se envolver em uma conspiração para interferir no sistema político americano

A acusação ocorre no mesmo dia em que o Departamento de Justiça, o FBI (polícia federal americana), o Departamento de Segurança Nacional e o escritório do diretor de Inteligência Nacional divulgaram um comunicado afirmando que estão preocupados com as investidas da Rússia, da China, do Irã e de outros atores estrangeiros para prejudicar o processo eleitoral deste ano —e até o da eleição presidencial de 2020. 

Segundo eles, os países buscam “minar a confiança nas instituições democráticas e influenciar o sentimento público e as políticas do governo”. 

Procuradores afirmam que Khusyaynova, de São Petersburgo, gerenciava as finanças de uma operação de interferência estrangeira chamada “Project Lakhta”, que teria como objetivo “semear a discórdia no sistema político” dos Estados Unidos ao espalhar desinformação nas redes sobre temas que dividem os americanos, como imigração e controle de armas. 

A mulher teria investido dinheiro do grupo em anúncios e na promoção de publicações em redes sociais, no registro de domínios online e na compra de servidores proxy. 

O projeto teria operado com um orçamento de mais de US$ 35 milhões (cerca de R$ 130 milhões) entre 2016 e 2018, segundo os procuradores. Apenas uma parcela da quantia foi direcionada para os Estados Unidos. 

O oligarca russo Yevgeniy Viktorovich Prigozhin e duas empresas sob seu controle, a Concord Management and Consulting LLC e a Concord Catering, teriam financiado a iniciativa, de acordo com a acusação. 

As duas empresas e Prigozhin estão entre as três entidades e os 13 cidadãos russos indiciados em fevereiro pelo procurador especial Robert Mueller, que investiga a relação entre Moscou e as eleições de 2016, por atuarem para favorecer Trump e prejudicar a sua adversária na corrida presidencial daquele ano, Hillary Clinton. 

Prigozhin é conhecido por já ter organizado banquetes para o presidente russo, Vladimir Putin, e outros políticos por meio de suas empresas. Em julho, a equipe de Mueller também indiciou 12 agentes de inteligência russos acusados de invadir computadores do Comitê Nacional Democrata e da campanha de Hillary. 

Neste sábado, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, seguirá para Rússia, Azerbaijão, Armênia e Geórgia para se encontrar com autoridades desses países. A expectativa é de que a acusação seja uma das pautas. 

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