Para ministro da Defesa, documento da CIA sobre Geisel é tema para historiadores
Governo brasileiro pediu, por meio do Ministério das Relações Exteriores, acesso ao documento do órgão americano
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O ministro interino da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, disse nesta quinta-feira (17) que memorando da CIA sobre controle do ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979) a órgãos de repressão do Exército durante a ditadura militar é assunto para historiadores.
"Para o Ministério da Defesa, esse tema se esgota na Lei da Anistia. A partir daí, é uma atividade para historiadores e, se tiver demanda, para a Justiça. Isso passa a ser assunto de historiadores e Justiça, se houver demanda. Com a Lei da Anista, do ponto de vista militar, este assunto está encerrado", disse.
A resposta foi dada pelo ministro após sua participação em evento no Palácio do Planalto para abertura da exposição "Entre a Saudade e a Guerra", que homenageia a participação de combatentes brasileiros na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
Na última semana, o professor da FGV e colunista da Folha Matias Spektor localizou um memorando do órgão de inteligência dos Estados Unidos que informava que Geisel avalizou assassinatos de adversários do governo.
No documento, de 1974, o então diretor da agência, William Colby, disse que o general e então presidente, Ernesto Geisel, buscaria ter o controle sobre o principal órgão de repressão do Exército, o CIE (Centro de Informações do Exército).
O caso teve repercussão e levou o governo brasileiro a pedir, por meio do Ministério das Relações Exteriores, acesso ao documento do órgão americano. O Palácio do Planalto não quis se manifestar sobre o assunto sob o argumento de que não teve acesso direto ao memorando.
SEGUNDA GUERRA
No mesmo evento, o presidente Michel Temer exaltou a importância da participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra.
"Não há homenagem alguma que possa, ou seja bastante, para exaltar aqueles que, sob o comando do general Mascarenhas de Moraes, enfrentaram a morte, convenhamos, em nome da liberdade. Aliás, o regime que foram combater eram regimes autoritários, fechados, centralizados, de modo que foram combater em nome da democracia", disse.
Ele visitou a exposição, no térreo do Palácio do Planalto, que será aberta na sexta-feira (18) ao público. Ele foi conduzido pelo ex-combatente brasileiro, o coronel Nestor da Silva. "Pode olhar para ele: tem 101 anos, parece 60", brincou.