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Todas as novelas mexicanas são mesmo iguais

da Folha Online 08/05/2000 22h15
em São Paulo

A estréia de “A Mentira”, nova novela do SBT, serviu para deixar mais óbvio ainda o conceito de que todas as mexicanas são iguais. Esta, talvez, sirva para revelar ao Brasil o ator paulistano mexicanizado Guy Ecker, um dos protagonistas da trama.

E na estréia o SBT contribuiu para consolidar a fórmula: exibiu antes da nova atração o penúltimo capítulo de “O Privilégio de Amar”, a antiga. Deu o pontapé na substituta antes mesmo de encerrar a outra.

Resultado: atrasou a estréia, prevista para as 20h15, em mais de meia hora, mas valeu a pena. Ver as últimas cenas de “O Privilégio”, com uma personagem na cama de um hospital, muitas lágrimas, sua morte e a loucura dramática e explícita de outra personagem, ajudaram o telespectador a se lembrar da novela anterior.

No final de “A Usurpadora”, exibida em 1999, cuja grande revelação foi o talento e a beleza da atriz Gabriela Hispanic, a sequência foi a mesma. A diferença é que, no ano passado, foi Gabriela que encarnou as duas protagonistas, gêmeas, ela mesma ficou louca, definhou na cama do hospital e, para completar, morreu.

Outro indício da produção industrial mexicana: a mentira é o principal foco das tramas. Foi assim desde a pioneira “Os Ricos Também Choram”, que estreou no SBT a exibição de superproduções.

Desde “Os Ricos” nunca se viu tanta desgraça em um só lugar. A mansão é onipotente, há empregados, fartura na mesa e até um núcleo pobre, mas bem vestido. E assim promete ser “A Mentira”, como foram todos os títulos exibidos na emissora. Só não dá para mudar o rumo das mexicanas, como a Globo faz, guiada pelo Ibope.

Não que a Globo mostre tanta realidade em seus folhetins, mas o México parece ser uma maravilha de lugar, onde não há fome, nem problemas políticos, econômicos, desemprego etc.

E, normalmente, primeiro capítulo de novela tende a ser uma incógnita... Menos nas mexicanas. Com certeza a vilã Virgínia, no final, será duramente castigada. Junto dela, o amante Santiago, a quem sustenta. E a mocinha Verônica, sua irmã, viverá feliz com o apaixonado Juan, a quem desprezará inicialmente.

A fórmula pode até fazer sucesso, tirar alguns pontos da concorrência, mas não decola. De repente, o brasileiro Guy Ecker, premiado no México graças à repercussão da trama, vira pop-star aqui, onde nasceu, mas não encontrou sucesso.

(Marcelo Bartolomei)

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