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MPB não entra hoje no show do Superchunk
Lúcio Ribeiro 16/05/2000 08h24
da Folha de S.Paulo
O nome da banda é Superchunk, mas pode chamá-la de Operários do Rock. Esses quatro braçais a serviço da guitarra punk rápida, de letras pop quase inaudíveis, donos de gravadora de música indie e sempre dispostos a pregar o rock honesto em qualquer palco, batem cartão nesta terça-feira (16) à noite na boate Broadway, em São Paulo.
O grupo decano de origem registrada em Chapel Hill, na Carolina do Norte (EUA), está trazendo ao país a turnê de seu nono CD, “Come Pick Me Up”. A etapa brazuca da viagem sonora de Mac McCaughan e banda começou na semana passada em Piracicaba, passou por Goiânia, Brasília, Recife e chega esta noite a SP, antes de visitar mais quatro cidades.
Esta é a segunda vez que o Superchunk se apresenta diante do público paulistano. A banda já encarou uma Broadway entupida de gente em setembro de 1998.
A diferença daquela época para agora é que Mac passou a gostar a sério de MPB. Tanto que vai lançar um disco solo em junho com versões em português e inglês de “Baby”, do Caetano Veloso, e “Clareana”, da Joyce, além de Mutantes e Gilberto Gil. O nome do CD: “De Mel, de Melão”.
Também está achando esquisito? Não vai mais no show do Superchunk? Calma. Mac, em entrevista na semana passada direto de Chapel Hill, por telefone, explicou tudo à Folha.
Folha - Minha primeira pergunta é: por quê?
Mac McCaughan - Por que vamos fazer show novamente no Brasil?
Folha - Não. Por que migrar agora para a MPB, depois de dez anos de hard rock independente?
McCaughan - Bom (risos). Quero deixar claro que isso não tem a ver com o Superchunk. É um trabalho solo meu. Uns amigos me indicaram uns discos de música brasileira dos anos 70 e achei bem interessante.
Ganhei vários outros quando estivemos no Brasil, em 1998. É uma música de muita energia. Na hora de gravar, algumas pessoas me ajudaram com o português. Acho que ficou bom.
Folha - E vai ter MPB nos shows do Superchunk no Brasil? Você sabe que é difícil encontrar por aqui algum apreciador das músicas do Superchunk e que também goste de Caetano, Gil...?
McCaughan - Não. Vai ser só Superchunk. O mesmo punk de sempre. Talvez eu volte ao Brasil depois para umas apresentações de músicas do meu projeto.
Folha - E o que você lembra da última passagem da banda pelo Brasil, há dois anos?
McCaughan - Sei que o rock independente tem vida dura no Brasil, mas vocês têm um público de um astral impressionante, como conferimos nos lugares que tocamos em 98. Ouvimos boas bandas aí e sempre recebemos material do Brasil aqui nos EUA.
Folha - O Superchunk tem dez anos, nasceu em meio à revolução grunge do rock americano e ainda sobrevive. Você tem uma gravadora independente, a Merge, e lança banda atrás de banda. Como você vê a tão decantada morte do rock?
McCaughan - O rock produz hoje tantas bandas de qualidade quanto produziu na década passada. A história de que o rock está morto é coisa de preguiçosos que esperam as manifestações culturais ditadas pela mídia, que impõe os modismos. As grandes bandas estão às pencas por aí. É só procurar.
O quê: Show Superchunk
Quando: hoje (terça-feira), à meia-noite. Bandas de abertura: Pin Ups (23h) e Shed (22h)
Onde: Broadway (avenida Marquês de São Vicente, 1.767, na Barra Funda, em São Paulo)
Quanto: R$ 25
Informações: 0/xx/11/861-3368
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