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Indonésia estatiza maior banco do país

AP 28/05/98 18h04
De Jacarta

O governo de Jacarta assumiu hoje a supervisão da maior instituição privada do país, o Banco Central da Ásia (BCA), depois que milhares de correntistas, preocupados, sacaram todo o dinheiro que tinham depositado. O diretor do BC Sjahril Sabirin confirmou que o BCA - de propriedade do Grupo Salim, de Liem Sioe Liong, amigo de Suharto, e de dois filhos do ex-ditador - teve de passar para o controle da Agência de Reestruturação Bancária Indonésia. A organização foi o primeiro alvo dos protestos que varreram o país há duas semanas, resultando na morte de mais de 500 pessoas e na renúncia do autocrata depois de 32 anos de poder.

Representante de peso da etnia chinesa da Indonésia - bode expiatório dos recentes protestos -, Sioe Liong é conhecido como o homem mais rico do país. Seus sócios são o filho mais velho do ex-ditador Sigit Harjojudanto e a primogênita Siti Hardiyanti Rukmana, também conhecida como Tutut. A preocupação dos investidores aumentou nas últimas semanas, depois que eles tiveram de esperar por várias horas em longas filas nas portas das agências do BCA. O desespero veio à tona segunda-feira, quando começaram a correr fortes rumores de que Liem, de 82 anos, morrera e que o banco se tornara insolvente.

O vice-gerente da Agência, Maulana, disse que o BCA seria dirigido pelos bancos estatais Rakyat Indonésia e Negara Indonésia. A Dow Jones, citando fontes do setor, informou que o Grupo Salim tentou evitar a perda do controle da instituição. E que estudava a possibilidade de injetar capital suficiente para comprar as participações dos filhos de Suharto. O governo tentou hoje tranqüilizar os investidores prometendo garantir todos os depósitos.







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