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Escândalo da arbitragem coloca três decisões sob suspeita

Agência Folha 09/05/97 22h34
De São Paulo

Nos 10 anos em que Ivens Mendes foi o chefão da arbitragem, o Campeonato Brasileiro teve várias decisões polêmicas. Pelo menos três finais estão agora sob suspeita.

Botafogo 2 x 1 Santos, primeiro jogo da final do Brasileirão de 1995. Os auxiliares Antonio Hora Filho e Luís Eduardo Souza (Sergipe) marcam três impedimentos inexistentes de atacantes santistas, que partiam com a bola sozinhos em direção ao gol botafoguense. O árbitro Sidrack Marinho, levado à Fifa por indicação de Ivens Mendes, confirmou a marcação dos seus auxiliares.

Santos 1 x 1 Botafogo, decisão do campeonato. O auxiliar Evaristo de Souza (Minas) não marca impedimento de Túlio no gol botafoguense. Segue errando na segunda etapa e, juntamente com o árbitro Márcio Rezende de Freitas, não vê o toque de braço de Marquinhos Capixaba no gol de empate.
Desautorizado pelo árbitro, Evaristo passa a marcar apenas as saídas de bola. Os lances de impedimento ficam sob responsabilidade do árbitro. Desatento, Márcio Rezende anula gol de Camanducaia, marcando impedimento inexistente do atacante santista.

Um ano e meio depois, o então presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, assume publicamente: ''Só fomos campeões porque o Santos, time do Pelé, era adversário declarado da CBF''.

A decisão de 1995 foi a mais polêmica da Era Ivens Mendes. Mas não foi a única. Em 1990, embora não tenha havido nenhuma falha técnica importante, as arbitragens de José Aparecido de Oliveira e Edmundo Lima Filho são até hoje contestadas no aspecto disciplinar por Telê Santana, técnico vice-campeão pelo São Paulo.

Em 1994, Antonio Pereira da Silva não marcou um pênalti do palmeirense Cléber no corintiano Viola no primeiro jogo da final. Na partida decisiva, Márcio Rezende de Freitas permitiu a distribuição de pontapés entre as equipes no jogo que garantiu o título ao Palmeiras. Os corintianos reclamam de um pênalti não marcado em outro puxão de Cléber em Viola. Neste, porém, como a bola estava parada, o árbitro só poderia advertir o zagueiro -desde que tivesse visto a infração, já que estava de costas para a área.


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