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Santos ataca patrocinador

Por Luiz Cesar Pimentel 30/11/97 18h13
Agência Folha
De Porto Alegre

Os recentes problemas do Santos com arbitragens deflagraram conflito entre o clube e seu patrocinador, a empresa Unicór.

Após a derrota para o Inter, sábado, por 4 a 1, os dirigentes santistas apontaram o dedo àquele que consideram o responsável pela ''perseguição'' ao time: Renato Duprat, membro da Comissão de Arbitragem da CBF e presidente do patrocinador santista.

''O Duprat tem atrapalhado e muito o Santos. Pelas escalas de juízes, não vejo nada de positivo que tenha feito ao time. Ou ele vem para o nosso lado ou pula para o lado de lá. E assuma que está do lado de lá'', esbravejava o diretor de futebol José Paulo Fernandes.

''Na minha opinião, ele exerce cargos que são incompatíveis. A gente acredita que pode ter representatividade e não tem. Ele nos deixou off'', apoiou o gerente de futebol Marco Aurélio Cunha.

Os dirigentes pretendem marcar segunda-feira uma reunião com Duprat.

''Eu pretendo falar com ele, e acho que o presidente também. Vamos resolver de uma vez por todas'', afirmou Fernandes.

Temor de que a parceira seja encerrada? ''O clube de futebol tem um patrocinador, ele sai, entra outro, e a vida continua. O Pelé, que é o Pelé, parou de jogar. O Santos não continuou?'', responde.

Já o técnico Wanderley Luxemburgo preferiu não aprofundar a discussão. Mas não deixou de criticar o presidente da Unicór.

''O Duprat não falou que eu tive chilique na quarta-feira? Agora vocês que analisem'', disse, referindo-se ao jogo contra o Inter, no Morumbi, no qual foi expulso.

Procurado pela Folha de S.Paulo, Duprat não retornou as ligações.

Luxemburgo enumera os lances apontados pelo árbitro carioca Ubiraci Damásio que considerou prejudiciais em Porto Alegre.

''A expulsão do Ânderson não foi justa. Ele deu um pênalti que não existiu, e depois ainda expulsou o Rogério (Seves) pelo lance. E, se expulsou um jogador nosso nesse pênalti, por que não expulsou um deles também em um dos pênaltis a nosso favor?''

Os jogadores mostravam-se ainda mais revoltados que o técnico ao final do jogo.

O lateral Ânderson, expulso aos 2min, não continha insultos.

No lance que originou sua expulsão, o lateral deu um carrinho de frente em Luciano. Na sequência, o jogador do Inter pisou em sua perna. ''Esse juiz é um safado, mal-intencionado e medroso.''

Rogério Seves lançava o desafio sobre o pênalti que originou sua expulsão. ''Bateu aqui'', dizia, espalmando a mão sobre o peito, próximo ao ombro. ''Pode conferir quantas vezes quiser na TV.''

Já o zagueiro Sandro admitia que mereceu a expulsão. ''Foi uma falta feia. Reconheço que mereci.''

O presidente santista, Samir Abdul-Hak, engrossava o coro.

''Se o juiz tivesse critério, o que não tem, teria expulsado jogadores do Inter por situações semelhantes. Ou ele foi mal-intencionado ou é incompetente.''

Questionado se pretende protestar, respondeu, apontando os jornalistas: ''Já estou protestando''.


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