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Brasileiros buscam afirmação no Circuito Mundial de bodyboarding

Por José Alan Dias 24/01/98 14h54
Agência Folha
De São Paulo

Estrelas de um esporte que nem teve seu nome abrasileirado, dois cariocas se tornaram peregrinos para continuarem no topo.

Guilherme Tâmega, 25, Daniela Freitas, 23, são, respectivamente, tetracampeão e bicampeã do Circuito Mundial de bodyboarding.

O regime profissional de Tâmega acabou impondo a ele fixar residência em San Diego, nos EUA, por seis meses do ano.

No Havaí (Estado de possessão norte-americana no Pacífico) fica dois meses. No Brasil, só um, de janeiro a fevereiro. O restante é gasto no período de competições.

Freitas fica quatro meses no Brasil e quase quatro no Havaí, ao lado do namorado havaiano.

O calendário mais flexível se explica. Suas maiores rivais são brasileiras -nove estão ranqueadas entre as dez primeiras na Global Organization of Bodyboarding (GOB), formada em 1995.

A peregrinação permite-os se adaptar mais facilmente aos tipos de onda em que se disputam as etapas do circuito da GOB.

''Quem fica treinando apenas em onda grande, se dá bem só em Pipeline. Essa característica de se adaptar a todo tipo de onda ajuda os brasileiros nos campeonatos'', disse Freitas.

Pipeline, no Havaí, tem para bodyboarding e para o surfe, numa comparação crua, o mesmo peso do Maracanã para o futebol ou Spa para o automobilismo.

Foi lá, em enormes ondas de 13 pés (3,96 m), que Tâmega quebrou em 1994 a hegemonia do norte-americano Mike Stewart, nove vezes campeão em Pipeline, numa época em que não existia o circuito. Até aquele ano, quem vencia no Havaí era o ''campeão mundial''.

''Quando eu ganhei, os caras tiveram que me engolir'', declarou Tâmega, que também disputou por um ano o circuito dos EUA.

Com a GOB já formada, Tâmega conquistou o título nos três anos seguintes. Para chegar ao tetracampeonato, em 1997, Mega, como é apelidado nos EUA, foi o primeiro em quatro de sete etapas. Mas perdeu para Stewart no Havaí.

Em Pipeline, na era pré-circuito mundial, e do fenômeno Freitas, vencedora de três etapas este ano, o Brasil já dominara com Mariana Nogueira, bicampeã em Pipeline, e Glenda Koslowsky, donas de outros três títulos.

Além do estilo peregrinador, parte do sucesso dos dois cariocas está na forma com a qual administram suas carreiras.

Resguardada por três patrocinadores, Freitas mantém empresário, assessoria de imprensa e treinador e tem acompanhamento de nutricionista.

Tâmega, com seus três patrocinadores, tem personal trainer e nutricionista.
Em média, faturam R$ 4.500 por título de cada etapa.


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