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Parentes de vítimas do Osasco Plaza pedem justiça diante de igreja desabada

AJB 05/09/98 16h09
DE SÃO PAULO

Pouco antes do meio-dia deste sábado, a associação dos parentes e amigos das vítimas da explosão do Osasco Plaza Shopping estendeu uma faixa em frente ao prédio da Igreja Universal para lembrar que, dois anos anos e três meses depois da tragédia, as famílias das pessoas que morreram ou ficaram feridas no acidente ainda aguardam que se faça justiça. O shopping semidestruído pela explosão provocada por vazamento de gás, na tarde de 11 de junho de 1996, véspera do Dia dos Namorados, foi reconstruído e voltou a funcionar, mas os familiares das vítimas ainda não foram indenizados.

A explosão do Plaza Shopping, que fica a 100 metros de distância do templo da Universal, ocorreu na hora do almoço, quando centenas de pessoas comiam nos restaurantes e lanchonetes da Praça de Alimentação. O desabamento do teto provocado pela explosão causou a morte de 42 pessoas e feriu cerca de 470. A maioria das vítimas eram empregadas domésticas, funcionários públicos e alunos da Escola Estadual Raposo Tavares, localizada a uma quadra do shopping. Sete estudantes morreram e dez ficaram feridas. Entre as vítimas, estavam Maria de Fátima Cecílio Diegues, de 36 anos, e sua filha Vanessa, de 16 anos, que faziam o curso de Magistério e haviam aproveitado o intervalo do almoço para fazer compras.

O velório coletivo dos mortos comoveu a cidade de Osasco, cuja população se mobilizou para socorrer as vítimas e dar assistência às suas famílias. Dezenas de médicos e voluntários apresentaram-se para prestar socorro, enquanto centenas de pessoas faziam fila nos hospitais para doar sangue. Como voltou a ocorrer hoje, muitos feridos foram removidos para hospitais de São Paulo, porque a a cidade não tinha estrutura para atender a todas as vítimas da tragédia. O atual secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, então ministro interino da Justiça, foi a Osasco para oferecer a ajuda do governo, em nome do presidente Fernando Henrique.

O Instituto de Criminalística apontou indícios de negligência da direção do shopping na explosão do gás. Segundo os peritos, o gás vinha escapando, havia já alguns dias, no encanamento de distribuição que corre debaixo da laje da Praça de Alimentação, que ocupava uma área de aproximadamente mil metros quadrados. A BRR Gerenciamento e Planejamento e seis empresas subcontratadas para construção do shopping foram responsabilizadas pela tragédia e respondem a 82 processos na Justiça. O advogado de uma delas, a Wysling Gomes, culpou a falta de manutenção pelo acidente.


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