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Parentes de detentos protestam por visitas na Cadeia do Putim (SP)

06/06/2000 21h50
da Folha Vale

Cerca de 50 parentes de detentos da Cadeia do Putim, em São José dos Campos, protestaram nesta terça-feira (6) contra a proibição de visitas, decretada há dez dias, após rebelião dos presos, que quebraram paredes e grades das celas.

O ato ocorreu no dia em que completou um ano a fuga de 315 detentos da cadeia, uma das maiores já registradas no país.
Mulheres dos presos, que não quiseram se identificar, disseram que estão recebendo notícias de que seus familiares estão sendo espancados na cadeia durante a madrugada.

Segundo elas, os presos estão sem receber água há uma semana e reclamaram da falta de produtos de higiene pessoal.
As manifestantes levaram sacolas com alimentos, mas não puderam entrar na cadeia para entregá-las aos presos.

Segundo o diretor da cadeia, Agnaldo Fracaroli, as visitas serão permitidas quando as obras de recuperação das celas forem concluídas e houver segurança.

O diretor disse que a entrada de comida trazida pelos familiares dos presos está proibida.

“A entrada de comida era permitida devido ao bom comportamento dos presos. Agora, eles só utilizam alimentos do Estado”, disse Fracaroli.

O diretor afirmou que apenas dois presos estão feridos. Um teria sido baleado e o outro pisoteado durante a rebelião.
De acordo com Fracaroli, a falta de água começou anteontem e já teria sido contornada ontem.

A coordenadora da Comissão dos Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São José dos Campos, Letícia Krempel, disse que está programando uma visita à cadeia hoje, com outros membros da entidade.

O suplente de vereador Josias de Oliveira (PFL), que acompanhou as manifestantes, disse que conversaria com o presidente da Câmara para tentar levar os 21 parlamentares para visitar a cadeia.

Fracaroli afirmou que a entrada dos advogados, que também estava impedida desde a rebelião, foi liberada na terça.

Memória

A fuga ocorrida no ano passado mobilizou a polícia de todo o país. Segundo o delegado-seccional de São José, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, cerca de 210 dos 315 fugitivos foram recapturados.

O delegado afirmou que as buscas continuam. ‘‘Semanalmente, recebemos a notícia de que presos estão voltando para a cadeia”.

Segundo Monteiro, a maioria dos casos são de fugitivos que cometem outros crimes. “É comum a reincidência’’, afirmou.

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