BUSCA Miner



Índice | Próxima

PM não permitirá interdição da Paulista

da Folha de S.Paulo 29/05/2000 22h14

Professores e a PM podem entrar em novo conflito na quarta-feira (31), na avenida Paulista. Nesta segunda (29), o comandante-geral da PM, coronel Rui César Melo, afirmou que “não vai permitir, em hipótese alguma, que as duas pistas da avenida Paulista sejam interditadas.”

A declaração foi dada após reunião na secretaria de segurança, quando o comando da PM e o secretário-adjunto de segurança de São Paulo tentaram convencer, sem sucesso, os organizadores do protesto a mudar o local da assembléia dos professores, marcada para as 14h, em frente ao Masp.

Apesar de as lideranças do ato terem concordado com a orientação, nem todos os grupos que atuam na Apeoesp se mostram dispostos a obedecer o acordo. “Se houver bastante gente, devemos desobedecer”, afirmou Carlos Alberto Ferreira, diretor de imprensa dos professores acampados na praça da República.

A diretoria da Apeoesp concordou em ocupar apenas a pista sentido Paraíso-Consolação, mas alegou que a decisão de fazer o protesto na Paulista é irreversível, pois foi tomada em assembléia.

“Se a assembléia acontecer na Paulista, vamos proteger os manifestantes, mas garantir o direito de outros cidadãos de ir e vir”, afirmou o secretário-adjunto Mário Papaterra Limongi.
Segundo o coronel Melo, o policiamento foi reforçado e a tropa de choque não acompanhará os manifestantes, mas ficará de prontidão caso haja algum conflito.

No último protesto dos professores da Paulista, a confusão, que acabou com 38 feridos, começou quando um grupo de manifestantes tentou ocupar a segunda pista da avenida Paulista.

A Apeoesp espera reunir entre 20 e 30 mil manifestantes na assembléia em frente ao Masp. No local, será decidido se a passeata seguirá até a praça da República ou até a Assembléia Legislativa.

Acampamento

Os professores acampados na praça da República, no centro de São Paulo, cercaram ontem as três entradas que dão acesso ao prédio da Secretaria da Educação.

Os 380 funcionários que trabalham no local tiveram que entrar pela garagem. A operação começou durante a madrugada e durou menos de 50 minutos. As 95 pessoas que estão dormindo na praça colocaram barracas, lonas e faixas para bloquear o acesso.

Segundo o diretor de imprensa do acampamento, Carlos Alberto Ferreira, o bloqueio da garagem para impedir a entrada de qualquer pessoa no prédio vai depender do governador Mário Covas e da secretária da Educação, Rose Neubauer.

“O governo tem que responder com propostas. Ele é o responsável pelas consequências.”

A secretária Rose Neubauer pediu reforço de policiamento para garantir a entrada no prédio.

“Os grevistas não estão respeitando o direito de ir e vir dos funcionários”, disse. Apesar disso, Rose afirmou que não vai pedir a retirada dos manifestantes.

A adesão à paralisação continuava em cerca de 80%, segundo a Apeoesp, e em 10% dos professores, de acordo com a secretaria.

Leia mais sobre protestos em SP na Folha Online

Leia mais notícias de cotidiano na Folha Online

Índice | Próxima

 EM CIMA DA HORA