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Inquérito sobre Escola Base volta para delegacia

29/05/2000 22h14
da Folha Online

O inquérito policial que investiga denuncia caluniosa por parte de Clea Parente de Carvalho e Lúcia Eiko Chang, mães de estudantes da Escola Base, voltou para 6º DP (Cambuci), na tarde desta segunda-feira (29).

As duas seriam ouvidas às 15h de hoje na delegacia, mas os depoimentos foram adiados porque o inquérito havia sido enviado ao Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) na semana passada.

O delegado titular do 6º DP, Marcos Menghine, ainda poderá ouvir as mães nesta semana.

Clea e Lúcia são acusadas de denúncia caluniosa, cuja pena é de 2 a 8 anos de prisão, no processo criminal aberto por uma das ex-diretoras da escola, Paula Milhim Monteiro Alvarenga.

Em 94, Clea e Lúcia denunciaram Paula, seu ex-marido Maurício Monteiro Alvarenga, sua ex-sócia Maria Aparecida Shimada e o marido dela Icushiro Shimada, por abuso sexual infantil.

Os acusados foram inocentados por falta de provas.

Em março deste ano, a ex-diretora entrou com uma representação no Ministério Público Estadual pedindo abertura de inquérito criminal contra as duas mães.

Veja a seguir, os principais fatos do caso:

29/03/94
Clea Parente de Carvalho, mãe de C.C., 4, e Lúcia Eiko Chang, mãe de F.J.C., 4, vão à polícia e acusam a Escola Base, na Aclimação (centro de SP), de abuso sexual. São pedidos exames nas crianças ao Instituto Médico Legal

30/03/94
Seis sócios-diretores da escola, entre eles Icushiro e Aparecida Shimada e Paula Alvarenga, negam as acusações. Exame realizado em F.J.C. não confirma o abuso, mas não descarta essa possibilidade

31/03/94
A polícia suspeita que as crianças possam ter sido drogadas e novos exames são solicitados (nenhum vestígio de droga é encontrado). A escola é apedrejada por moradores e pais de alunos

01/04/94
A Escola Base é depredada durante a madrugada. A polícia recebe mais denúncias de pais de alunos contra a escola

04/04/94
Icushiro Shimada, um dos donos da escola, diz que as acusações são ‘fantasias’ das crianças

05/04/94
O delegado que investiga o caso, Edélcio Lemos, prende o casal Saulo e Mara Nunes, pais de R.F.N., 4, que estuda na Base. Eles são acusados de participar de orgias com crianças

08/04/94
O casal Nunes é liberado e o delegado Edélcio Lemos afastado do caso. Os Nunes anunciam que vão processar o Estado e Lemos por danos morais

13/04 a 14/06/94
O delegado que assume o caso, Gerson Carvalho, pede novos exames ao IML. Psicóloga entrevista as crianças e prepara laudo sobre a possibilidade de ter havido abuso sexual. Não há indício de abuso

17/06/94
O delegado Gerson Carvalho finaliza o inquérito. Os seis acusados são considerados inocentes.

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