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Cientistas afirmam que mídia perpetua mitos sobre epilepsia

27/05/2000 16h08
da Reuters
em Nova Iorque

Cientistas afirmam que notícias divulgadas pelos meios de comunicação sobre a epilepsia são, com frequência, pouco precisas e contribuem para perpetuar estereótipos, como o de que portadores da doença deixam-se possuir e são violentos.

"Os mitos persistentes sobre a epilepsia, como a crença de que ela é uma doença demoníaca, podem causar discriminação, dificuldades emocionais e relutância em procurar ajuda médica", disseram Gregory L. Krauss, da Universidade Johns Hopkins.

Esses preconceitos podem causar constrangimentos nos 2,3 milhões de pacientes da doença. Além disso, segundo pesquisadores na edição de maio da revista Neurology, podem ainda levar as pessoas a reagir de um modo incorreto a crises epilépticas.

Um exemplo seria que dois terços dos norte-americanos tentaria liberar a língua de um epiléptico durante uma crise apesar de recomendações de que tal ação poderia se mostrar perigosa tanto para o doente quanto para a pessoa que quer ajudá-lo.

Ao invés disso, o doente deve ser deixado em paz e apenas uma proteção para a cabeça dele deve ser providenciada. Ao final da crise, o epiléptico deve ser virado de lado para facilitar sua respiração.

Os pesquisadores citaram uma história publicada por uma importante revista esportiva dos EUA em que o treinador era elogiado por ter agredido um jogador que passava por uma crise epiléptica. A publicação descreveu o treinador como "herói". Um companheiro de equipe do jogador comparou a cena ao filme "O Exorcista".

"Declarações como essa, quando usadas sem um contexto médico, alimentam concepções errôneas que relacionam as convulsões à morte e ao demônio", afirmaram os pesquisadores.

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