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GUTO GONÇALVES 01/04/2000 22h09
Do "Agora São Paulo"
Vereadores aliados de Pitta acreditam que a lista com informações sobre o pagamento de propinas saiu da prefeitura, sem o conhecimento de Guto Meinberg.
“O secretário municipal de Governo entrou nessa história como ‘laranja’. O principal articulador do prefeito na Câmara foi detonado. Ele está possesso. Tudo foi jogado em suas costas”, disse um vereador do PPB.
As desconfianças de governistas recaem sobre o PFL e sobre o ex-prefeito Paulo Maluf. Unidos, estariam interessados em controlar a prefeitura via o vice-prefeito, Régis de Oliveira.
O articulador da trama contra os vereadores e contra o secretário Meinberg seria Egberto Batista.
Próximo ao prefeito Celso Pitta desde o início da crise envolvendo a ex-primeira-dama, Batista, ex-assessor de
Fernando Collor e irmão do ex-senador Gilberto Miranda (PFL-MA), não foi localizado para comentar o assunto. Não há dúvidas na Câmara que, pela precisão das informações, elas vieram do Palácio das Indústrias, de alguém bem informado.
Os objetivos da lista seriam desmoralizar alguns vereadores da bancada governista _escolhidos a dedo_, intimidar a oposição, jogar para a Câmara toda responsabilidade sobre as irregularidades no município e barrar CPIs.
Como Meinberg era o elo do prefeito com a Câmara, vereadores não sabem ainda qual vai ser a decisão sobre a votação do impeachment de Pitta. Tudo voltou a estaca zero. Reuniões serão realizadas hoje para decidir como o processo de impeachment será encaminhado.
Na Câmara, Guto Meinberg é apontado como uma pessoa que não conhece todas as negociações do Executivo. “Ele deve conhecer 15% do que é feito na administração municipal”, afirmou um vereador do PMDB.
As acusações contra vereadores tucanos e petistas vão continuar e só pararão quando a oposição deixar de insistir em CPIs para investigar a administração municipal. O cala boca continua vindo via denúncias anônimas.
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