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Agência Folha 27/08/1999 09h16
De Belém
O Ministério Público do Pará voltou atrás e vai permitir que seja reiniciado o julgamento dos PMs que atuaram na operação que resultou na morte de 19 sem-terra em Eldorado do Carajás, em abril de 1996.
O TJ (Tribunal de Justiça) do Estado, que pressionou pela retomada do julgamento, tentará reinstalar nesta sexta o tribunal do júri. Entretanto, os trabalhos só devem começar na próxima semana devido à impossibilidade de convocar todos os réus, testemunhas, advogados e funcionários públicos que participam do julgamento.
Três réus julgados na semana passada foram absolvidos -o coronel Mário Colares Pantoja, o major José Maria Oliveira e o capitão Raimundo Almendra Lameira. Restam outros 147 acusados.
Depois de abandonar o tribunal do júri em protesto contra a conduta do juiz Ronaldo Valle, o promotor Marco Aurélio Nascimento, responsável pela acusação, voltou atrás.
``Estarei de volta ao tribunal do júri até por respeito à instituição´´, disse o promotor. Sua ausência impedia os trabalhos, já que o tribunal do júri não pode funcionar sem a presença do acusador. Ele reconheceu, no entanto, que o julgamento dos próximos réus pode ser ``contaminado´´ pela sistemática do júri anterior.
(Luís Indriunas e Lucas Figueiredo, Enviado especial)
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