Comentários


Comentários de Paulo Machado
Em 08/09/2008 16h44
Bruno Cerqueira Leite: Seu comentário está muito bem classificado, tanto que recebeu 5 estrelas. Entretanto, há alguns enfoques que precisam ser esclarecidos. A obra não vai demorar 20 anos. Sua previsão de conclusão é 2012, isto é, daqui a 4 anos. Você fala em alteração do índice pluviométrico. Quem dera que a transposição pudesse levar chuva à região. Contudo, uma obra de engenharia não consegue afetar as quantidades precipitadas. Se os milhares de açudes feitos no Nordeste, alguns com superfícies enormes, como é o caso do Castanhão, não alteraram os índices pluviométricos locais, não será uma simples transferência de água entre bacias que irá alterá-los. Também não vai ser afetado o regime de cheias. O que vai ocorrer será o funcionamento dos reservatórios com níveis menores, evitando-se as perdas por vertimento (sangramento) durante o período chuvoso. Quanto à mistura de faunas e floras, isso é bastante provável que vá ocorrer. Peixes da bacia do São Francisco vão povoar os rios hoje intermitentes do Nordeste. Não penso, no entanto, que isso seja de se lamentar.

Em Transposição do rio São Francisco
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Em 08/09/2008 16h19
Amigo Dilermando, penso que já tive oportunidade de lhe dizer que estive no começo deste ano na foz do Rio São Francisco e, tal qual o Presidente Lula, resolvi beber um pouco da água do rio para verificar sua salinidade. Não estava salina. A cunha salina a que muitos autores se referem se deve, principalmente, à baixa densidade da água a jusante da usina de Xingó, devido à decantação dos sólidos presentes na água a montante da usina. Com baixa densidade, a água do rio não concorre com a água do mar, cuja densidade é superior à densidade de água doce (sem sedimentos). Essa é a razão pela qual o rio São Francisco sofre uma incidência de água do mar em sua foz, o que não ocorre com outros rios de muito menor vazão. O Paraíba do Sul, por exemplo, que transporta grande quantidade de sedimentos, não tem essa cunha salina que se verifica na foz do São Francisco quando a maré está alta. Esqueci-me de dizer que estive lá pela manhã, durante a maré baixa.
Quanto aos números que você citou, não tenho como refutar ou confirmar. Sei apenas que, se o semi-árido nordestino tivesse esse enorme potencial hídrico em seu subsolo, que esses números parecem fazer crer, e se sua água fosse desprovida de sal, não haveria tantos açudes e tão poucos poços em operação na região.

Em Transposição do rio São Francisco
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Em 02/09/2008 10h32
Dilermando, somente hoje vi seus comentários.
A opinião do Eng. Paulo Bezerril não está sem fundamentos técnicos. Pelo contrário. O Eng. Bezerril participou dos estudos que concluíram ser a transposição do S. Francisco o projeto mais viável. A exploração de água subterrânea é válida para atender a situações localizadas. A maior parte semi-árida do Nordeste Setentrional (70%) assenta-se sobre rochas cristalinas, com baixa capacidade hídrica. A dessalinização e o transporte das águas costeiras seria outra opção, mas o custo seria proibitivo. O bombardeio permanente das nuvens forneceria apenas 1% da vazão armazenada nos açudes. A construção de novos açudes aumentaria a oferta hídrica não mais que 5%. Por outro lado, a transposição do São Francisco fornecerá o que alguns chamam de sinergia hídrica, mas eu prefiro chamar de milagre de multiplicação das águas. Como você já se disse, as perdas por evaporação e por sangramento nos açudes pode chegar a 75% de sua capacidade, porque eles funcionam como armazenadores de água e precisam se encher durante o período chuvoso, "sangrando" quando há excesso de água nesse período, e perdendo enormes volumes por evaporação durante o restante do ano. A transposição vai permitir a utilização dessa água que hoje é perdida e que é estimada em 25 m3/s. Como a vazão constante de transposição será de 26 m3/s, haverá a multiplicação das águas por 2. Quanto à população atendida, não estamos falando de 2001, mas de 2025.

Em Transposição do rio São Francisco
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Em 16/05/2008 16h04
Dilermando, penso que não fui claro ao comparar o projeto de transposição com o trem-bala. Eu não sou contra o trem-bala. Pelo contrário: sou a favor. A minha argumentação se refere ao seguinte: o trem-bala será mais caro que o Projeto São Francisco; o trem-bala vai ter maior impacto ambiental que o projeto de transposição. Por que, então, não se combate o trem-bala? Será que é porque beneficiará uma população de muito maior renda que os habitantes do Nordeste Setentrional?
Aproveito para lhe passar uma observação do Eng. Paulo Bezerril Jr. sobre a substituição da transposição por outras fontes de recursos hídricos. Diz o engenheiro: "O abastecimento por poços e cisternas só é válido para atender situações localizadas. A maior parte semi-árida do Nordeste Setentrional (70%) assenta-se sobre rochas cristalinas, que têm baixa capacidade hídrica. Além disso, muitos dos mananciais subterrâneos da região são de águas com elevada salinização. A dessalinização e o transporte das águas costeiras teriam custo proibitivo. A reutilização de águas servidas mostrou-se muito aquém da demanda. O bombardeio das nuvens, para provocar chuvas, também seria insuficiente, pois poderia gerar um ganho hídrico insignificante de 1% no volume de água já existente nos açudes. A construção de novos açudes, por sua vez, representaria um aumento pequeno na oferta de água, da ordem de apenas 5% da que já existe.".

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Em 26/03/2008 16h52
Dilermando, fui eu quem cunhou originalmente essa expressão "toda moeda tem duas faces" para se referir ao projeto de transposição do S. Francisco. De fato, havia um enxurrada de críticas a esse projeto, dando a impressão de que ele seria totalmente contrário aos interesses nacionais. Recentemente vi um artigo em que o autor diz que "A transposição do Velho Chico é um projeto politicamente inconseqüente, economicamente inviável, socialmente injusto e ecologicamente covarde". Mandei-lhe uma mensagem lembrando que o trem-bala a ser criado entre o Rio e São Paulo vai render muitos votos a seus realizadores e ninguém o classificou de politicamente inconseqüente. O mesmo trem-bala vai custar aos cofres públicos mais de 10 bilhões de dólares e não ouvi ninguém dizer que ele seja economicamente inviável. O trem-bala vai beneficiar a população de maior IDH do país e ninguém o acusou de ser socialmente injusto. Finalmente, o trem-bala vai ter centenas de km de trilhos, pontes, viadutos e diversas obras que afetarão o meio ambiente e ninguém o acusou de ecologicamente covarde. Será que é porque o trem-bala vai beneficiar uma população rica se comparada à população do Nordeste Setentrional? Fica a pergunta.

Em Transposição do rio São Francisco
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Em 20/12/2007 09h29
O bispo D. Luiz Flávio usou um método heterodoxo para tentar impor sua opinião. A greve de fome é um método muito usado em países totalitários como já foi o Brasil. Contudo, em países democráticos, a greve de fome traz um componente perigoso. Se o Governo recua de seus propósitos e cede à pressão da greve de fome, é um incentivo para que outros a façam. Assim, ao invés de cruzarem os braços por melhores salários, os trabalhadores poderão fazer greve de fome. Ao invés de lutar na Justiça pelo passe gratuito, os estudantes poderão fazer greve de fome. Até traficante pode fazer greve de fome pela liberação do comércio de entorpecentes.

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