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Acompanhando a Imunologia há 35 anos, fico perplexa de ver que os cientistas atuais parecem tratar da eventual terapia (tratamento) com células-tronco embrionárias humanas com a mesma abordagem aplicada a transplantes de córnea e de órgãos sólidos, haja vista a ampla e irrestrita mobilização nacional que tem causado comoção e revolta infundadas.
Sabe-se que para tratamento com células-tronco embrionárias humanas é necessário seguir as mesmas leis de transplantação adotadas para transplante de medula óssea, ou seja, compartilhamento do RG biológico (HLA) pelo doador das células (embrião) e receptor das mesmas (paciente/deficiente físico). A obrigatoriedade em seguir esta norma propiciaria que as células pudessem exercer seu efeito biológico in vivo, sem serem rapidamente rejeitadas pelo sistema imunológico do paciente/deficiente físico.
O inusitado é que tal regra imunológica, que parece ser desconhecida, ou é omitida, pelos pesquisadores em questão, está vastamente documentada e ilustrada na literatura científica mundial atual (ex: http://www.sciencedaily.com/releases/2007/12/071220123837.htm), que afirma:
1 - existe uma barreira imunológica intransponível (barreira alogênica) que NÃO permite a transferência aleatória de células-tronco em humanos, sejam elas células-tronco adultas ou não.
2 - as células-tronco embrionárias humanas NÃO podem ser utilizadas para tratamento (terapia) porque a reação imunológica de rejeição (resposta alogênica) é potente, rápida e dominante.
Até que ponto, então, seria recomendável a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias humanas a pesquisadores apresentando importante falha/omissão de conhecimento científico fundamental? Qual seria o "admirável" mundo novo a ser vislumbrado?
Em Células-tronco
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Qualquer célula nucleada humana, seja ela de embrião, de feto ou de indivíduo adulto, expressa aloantígenos HLA na superfície celular, os quais constituem o RG biológico de um indivíduo. A decodificação deste RG é realizada em testes de exclusão de paternidade, e na seleção imunológica de doadores para transplante de células, tecidos ou órgãos. No caso de transplante de medula óssea (células-tronco adultas), o doador e o receptor têm que ser HLA idênticos, ou seja, têm que compartilhar o RG biológico; entre indivíduos não aparentados, esta possibilidade é extremamente baixa.
O requisito de compatibilidade HLA plena também se aplicaria, obrigatoriamente, à terapia com células-tronco embrionárias humanas, a fim de que estas células pudessem exercer seu efeito biológico in vivo, sem serem rapidamente rejeitadas pelo sistema imunológico do paciente.
Contudo, a existência da barreira alogênica não permite vislumbrar efetividade de tal abordagem terapêutica: a resposta imunológica de rejeição (resposta alogênica) é potente e dominante. Cabe acrescentar o risco potencial de reação de enxerto versus hospedeiro.
Recomendo a leitura do livro "Imunologia Celular e Molecular" (Abul K. Abbas, Andrew H. Lichtman e Shiv Pillai - 6a. edição, 2007 - Editora Elsevier) para melhor compreensão dos mecanismos imunológicos pertinentes.
Em Células-tronco
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transplante de medula óssea (células-tronco adultas), o doador e o receptor têm que ser HLA idênticos, ou seja, têm que possuir o mesmo RG biológico; entre indivíduos não aparentados, esta possibilidade é extremamente baixa. O requisito de compatibilidade HLA plena também
se aplicaria obrigatoriamente em terapia com células-tronco embrionárias humanas, a fim de que tais células pudessem exercer seu efeito biológico sem serem rapidamente rejeitadas pelo sistema imunológico do paciente/deficiente físico; isto sem falar no risco potencial de reação de enxerto versus hospedeiro.
Diante deste quadro, já que as células-tronco embrionárias humanas NÃO têm aplicação terapêutica devido à dominante reação imunológica de rejeição (barreira alogênica), seria cauteloso sugerir a limitação das pesquisas a modelos experimentais que, sem nenhum demérito, muito têm contribuído para o desenvolvimento da ciência em prol da humanidade. Aliás, a quase totalidade do conhecimento atual da Imunologia é decorrente de estudos em animais.
Precisamos evitar assim mais conflitos e falsas expectativas.
Em Células-tronco
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será que os cientistas esqueceram (ou não sabem) que qualquer célula nucleada, seja ela de embrião, de feto ou de indivíduo adulto, expressa aloantígenos HLA em sua superfície, e que, quando não é própria do paciente/deficiente físico, será rejeitada (eliminada) pelo seu sistema imunológico?
A Imunologia é que dita a regra da terapia com células, tecidos e órgãos!
Diante disso, já que as células-tronco embrionárias humanas NÃO têm aplicação terapêutica devido à dominante reação imunológica de rejeição (barreira alogênica), penso que as cientistas requerentes do uso de embriões humanos façam suas pesquisas em embriões de animais.
Evitemos mais conflitos e falsas expectativas.
Em Células-tronco
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