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Mudou
o perfil de pobres nos últimos anos
As características
do pobre brasileiro, tal como a sociedade brasileira, vêm
se modificando. "Considerando os pobres como 35% da população
brasileira, podemos dizer que esse contingente de pessoas tem um
tipo de vida completamente diverso dos pobres dos anos 70. Naquela
década, o país era ainda largamente agrícola,
e os pobres residentes na área rural correspondiam a mais
da metade dos pobres", disse a economista Sonia Rocha.
Ela afirma que,
por conta do processo de urbanização e do próprio
declínio mais acentuado da pobreza rural do que a urbana,
os pobres rurais representam 18% dos pobres brasileiros, cerca de
10,3 milhões de pessoas num total de 57,7 milhões
de pobres brasileiros em 2001.
Ainda, numa
espécie de heresia aos ouvidos da política social
de Lula, centrada inicialmente no combate à fome, a economista
diz que a maioria dos pobres não é faminta, tem TV
em cores e geladeira em casa, ainda que lhes falte esgoto. "A
chamada da fome foi equivocada, sem dúvida", diz.
A economista
não arrisca um palpite sobre como vai se comportar a pobreza
no mandato de Lula, mas torce por uma recuperação
do nível de emprego até o fim do ano, depois do ajuste
que marcou o primeiro semestre do governo, à custa de mais
desemprego e da queda na renda dos trabalhadores. Ela foi uma das
primeiras a detectar que a redução da pobreza produzida
pelo Plano Real se esgotara no fim de 96 e o número de pobres
voltara a crescer nas regiões metropolitanas.
Leia
mais:
- "Chamada
da fome foi equivocada"
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