Leia
a repercussão da coluna: O
contribuinte está deixando de ser analfabeto
Sr.
Jornalista Gilberto,
Tenho
acompanhado os seus escritos na Folha de SP. São
bem construídos, mas de uma parcialidade espantosa.
Não creio que o senhor possa ser um super-rico
ou um assalariado do FMI...
Então,
ouso recomendar, para um pouco mais de equilíbrio,
começar lendo o Editorial de hoje da própria
Folha. Não é exaustivo, não é
completo, mas é equilibrado. O senhor sabe por
que os juízes - não sou parente de qualquer
um deles, nem servidor do Judiciário - estão
declarando uma greve a partir do início de agosto?
Dizem o seguinte: "Como estão nos tratando
como servidores 'normais' vamos fazer uma greve 'normal".
Como
democrata, penso que o Sr. Sabe muito bem que os juizes
pertencem a um PODER autônomo da República
e que na Constituição está inscrito
que têm a garantia da irredutibilidade de vencimentos...
Agora, se os outros Poderes resolvem derrubar este princípio
fundamental dos integrantes do Judiciário, "emborcando"
leis fundamentais de nossa Constituição,
estaremos construindo o quê?
Eles
e os outros servidores estão reagindo contra
uma "fenomenal" norma já aplicada contra
todos os trabalhadores da iniciativa privada: a aplicação
do malfadado "fator previdenciário".
Com a aplicação deste artifício,
um colega
seu, que contribuiu por 30 ou mais anos para a Previdência
sobre 10 salários mínimos e se aposentou
recebendo o equivalente a estes 10 SM, está recebendo
hoje, ao redor de 06 SM!
Vamos
ao que a reforma quer, p. ex. com o juiz: primeiro reduz
o ganho real de todos os juizes estaduais - (problema
do subteto e de redução direta dos vencimentos)
-; Aí o juiz morre. Sua esposa então irá
receber NO MÁXIMO 70% dos encimentos do ex-marido;
aplicado o "fator previdenciário",
esta hipotética viúva ficará, dentro
de uns quatro ou cinco anos, com ao redor de 25% a 30%
do que ganhava na ocasião do óbito do
seu esposo. E dentro de mais um pouco de tempo, restará
o quê?
E
na iniciativa privada? Nada que ver com estas "reformas"?
Ledo engano! Tudo a ver. Pois foi ali, na iniciativa
privada que tudo começou. E agora virá
a "continuação": os "privilégios"
trabalhistas serão retirados: férias,
13°... Estarei ansioso para ver o que jornalistas
ciosos de seu dever irão escrever...
E
os Sindicatos apelagados? Vão abrir a boca? E,
por favor, não queira ser um contribuinte analfabeto.
O senhor trabalha 04 meses do ano para pagar os servidores?
Isso é verdade? São os servidores que
levam os recursos da Pátria?
Egon
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