N. A segurança da população passa por combater os problemas sociais e a criminalidade do Estado
É possível garantir a segurança da população trabalhadora? Sim, é possível.
Não através das receitas da direita que se resumem a aumentar a repressão.
Esta fórmula, que está na consciência da maioria da população, pela
despolitização e manipulação dos partidos de direita e da imprensa, vem
sendo testada há dezenas de anos, sem nenhum efeito.
Ano após ano a violência cresce, acompanhando o aumento do desemprego e da
miséria. Ao contrário, do que dizem os populistas de direita sobre a índole
criminosa do povo, a violência que existe na sociedade é um problema social,
fruto da fome e da baixa qualidade de vida que vive a grande parte da
população. A miséria gera violência. Esse, atualmente, não é um problema
somente brasileiro, mas é também internacional. O crescimento da violência e
da criminalidade é um processo que abarca vários países do mundo.
Em nosso continente destacam-se Argentina, Venezuela e Colômbia, além
obviamente de Brasil. Em todos eles o aumento da violência, corrupção
policial e criminalidade estão de braços dados com a crise econômica e a
repressão estatal. Por isso, o sistema capitalista brasileiro, como os
demais países da América Latina, seguidor de todos os planos do Fundo
Monetário Internacional e do grande capital internacional, nunca trará
nenhuma solução para o problema da violência em nossa sociedade.
É impossível atacar a criminalidade se não deixarmos de pagar a dívida
externa para que possamos ter dinheiro para investir na produção, diminuir a
jornada de trabalho e conquistarmos o pleno emprego. Só assim teremos
investimentos para a Saúde e a Educação.
Existe uma banalização da violência, em um país onde são assassinadas
anualmente mais de 40 mil pessoas, ou em um Estado como São Paulo, onde no
ano 2001 ocorreram 11.300 homicídios, cerca de 300 seqüestros e 500
latrocínios. A média de assassinatos na cidade de São Paulo é de 700 por
mês, a mesma de Nova York em um ano.
Mas, esta violência tem classe e região. No primeiro semestre de 2001
ocorreram 184 homicídios no Grajaú e 152 no Jardim Ângela, ambos na Zona Sul
de São Paulo, contra 12 na Vila Mariana e 13 em Pinheiros (Jornal da OAB,
Março de 2002, p.4). Como também esta violência tem cor. Em um artigo
publicado em 17 de maio de 1998, na Folha de S. Paulo - com o sintomático
título "Negro morre a bala, branco do coração" - foi demonstrado que o
homicídio por arma de fogo é a causa de morte mais freqüente entre negros e
a quinta entre brancos.
Um fator que contribui enormemente para esta situação são as chacinas que
ocorrem cotidianamente nas periferias das grandes cidades. Patrocinadas por
criminosos, policiais e justiceiros (que, evidentemente, se confundem, já
que muitos são aqueles que atuam em todas estas "frentes"), as chacinas,
segundo estudos, vitimam preferencialmente jovens negros de 15 a 25 anos.
Cerca de 75% dos mortos encontram-se neste grupo.
Analisando 4.179 casos de tiroteios seguidos de morte, ocorridos em São
Paulo e registrados em um banco de dados, o jornalista Caco Barcelos, depois
de dois anos de trabalho, chegou ao perfil dos assassinados: "Homem jovem,
20 anos. Negro ou pardo. Migrante baiano. Pobre. Trabalhador sem
especialização. Renda inferior a 100 dólares mensais. Morador da periferia
da cidade. Baixa instrução, primeiro grau incompleto".
Uma sociedade onde os excluídos são jogados aos milhares no desemprego, sem
nenhum tipo de assistência, vivendo na miséria e com fome, e onde os
poderosos e as elites vivem na impunidade da corrupção, do tráfico de drogas
e da superexploração, não tem a menor capacidade de acabar com a
criminalidade.
Somente um Governo dos Trabalhadores, que deixe de pagar a dívida externa,
rompa os acordos internacionais, desenvolva a produção com o controle de
nossa classe, gerando emprego com salários e condições de vida dignas,
poderá combater a criminalidade e a violência.
- Lutar contra a violência e a criminalidade institucional
A população pobre da periferia sofre com medo da violência dos bandidos, mas
também da polícia. Os partidos burgueses dizem que a solução é aumentar a
repressão policial.
Lamentavelmente, após a trágica morte de Celso Daniel assistimos por parte
de dirigentes do PT, como Jorge Viana, Aloísio Mercadante e, principalmente,
José Genoíno, o ressurgimento da velha e inútil panacéia do aumento da
repressão para combater a criminalidade.
De maneira geral, o discurso petista se manteve em torno de propostas como:
"Rota na rua", exército fora dos quartéis, aumento de penas para crimes
hediondos, criação de forças tarefas e prisão perpétua. Tudo isso, fazendo
eco àqueles que tentam ganhar um setor assustado da classe média e dos
trabalhadores, com um discurso que visa fortalecer o ideário da violência
estatal e institucional.
Enfim, uma legislação de pânico, que normalmente é proposta por políticos
demagogos dos partidos patronais, tão ao gosto de uma sociedade desesperada
e pouco esclarecida, que ainda não entendeu a inutilidade e os malefícios
desta postura, que não combate os fatores geradores de criminalidade.
Se isso resolvesse algo, como se explicaria o aumento de seqüestro, tráfico
e estupros após a decretação da Lei de Crimes Hediondos em vigor desde 1990?
Decididamente o papel da Polícia Militar, como instituição, é defender a
propriedade privada dos grandes meios de produção e os interesses do
governo, e não a segurança da população, particularmente da população mais
carente.
Os números da própria polícia são impressionantes. A Ouvidoria da Polícia do
Estado de São Paulo, ao traçar o perfil das vítimas de homicídios pela
polícia, demonstra que no ano 2000, 58,86% dos assassinados não tinham
antecedentes criminais e 66% eram menores de 25 anos (18% menores de 18).
Eles não chegaram a traçar o perfil social, mas poderemos concluir alguma
coisa se observarmos as regiões de maior incidência de homicídios policiais:
26,39% ocorreram na Zona Leste de São Paulo e 18,63% na Zona Sul contra
2,22% no Centro.
Uma pesquisa do Centro de Articulação de População Marginal realizada em
1990 revela que 75% das vítimas da violência são negras, 13% mulheres e
jovens de 15 a 17 anos são 73%.
Agora, calculemos que entre 1990 e 2001 a polícia paulista matou 7.942
pessoas (mais do que o Exército de Israel na Palestina). Somente no ano
2.000 foram 767 vítimas.
Com isso, vemos que aqueles que propõem mais "Rota na rua" estão propondo
aumentar a pena de morte para os jovens, negros e pobres sem antecedentes
criminais e não resolver o problema da criminalidade.
Aqui não se trata da defesa de "Direitos Humanos para os Bandidos" como
apregoam os políticos da direita, e sim, da defesa da vida dos jovens pobres
da periferia.
Para nada serve, também, o discurso de políticos que defendem a pena de
morte, penas mais longas e duras e diminuição da idade de responsabilidade
criminal. Estas somente serão aplicadas aos pobres e despossuídos. Em nenhum
dos lugares em que foram aplicadas, estas medidas reduziram por si só a
criminalidade.
- Prisão e confisco dos bens dos corruptos
Crimes de autoridades policiais, políticas e judiciárias devem ter punições
exemplares. Maluf, Luís Estevão, Nicolau dos Santos Neto, Eduardo Jorge,
Jader Barbalho e Roseana Sarney e outros corruptos provados estão soltos e
com todos os seus bens. A primeira medida que devemos realizar é a prisão e
o confisco dos bens destes senhores.
Até hoje nada ou muito pouco foi feito para meter estes corruptos na cadeia
e confiscar suas empresas e propriedades. Menos ainda para atacar as grandes
empresas corruptoras.
Não existe corrupto sem corruptor. No Brasil, os bancos e as grandes
construtoras são sempre denunciadas por corrupção, por se beneficiarem
direta e amplamente do aparelho de Estado. Os políticos dos partidos
burgueses não vão fazer nada contra estas empresas porque também são
beneficiários de suas "doações" para as campanhas eleitorais.
Nem o PT, que assume a bandeira da "ética", está imune a estas pressões.
Recentemente, a prefeitura de São Paulo na gestão de Marta Suplicy se negou
a indicar um advogado em Genebra para investigar as contas secretas de
Maluf, paralisando as investigações, em troca de um acordo eleitoral. As
grandes empresas de lixo da capital, que contribuíram em grande escala para
a campanha de Marta, continuam beneficiárias de "contratos de emergência",
exatamente como nos tempos de Pitta e Maluf.
- Dissolução das polícias atuais, ineficientes e corruptas, e criação de uma
nova polícia, controlada democraticamente pela população. Pela eleição dos
delegados e juízes!
Os trabalhadores dos bairros pobres e, em particular, a juventude negra, tem
medo tanto dos bandidos como da polícia. É comum que garotos negros ao verem
um carro de polícia entrar em seus bairros saiam correndo, mesmo que não
tenham feito absolutamente nada, porque a polícia chega muitas vezes
atirando.
Muitos setores da polícia estão ligados ao narcotráfico e agem contra um
bando em defesa de outro bando de traficantes. Ajudam na fuga dos presídios,
na cobertura dos seqüestros ou mesmo diretamente em assaltos. Isto não é
feito somente por soldados, mas quase sempre com a cobertura de oficiais do
comando.
A corrupção policial é, junto com a miséria, outro dos elementos essenciais
do aumento da violência. É impossível chegar-se à situação atual sem o
envolvimento, ativo ou passivo, de uma parte dos aparatos encarregados da
repressão. Isso inclui policiais, promotores, delegados e juízes,
constantemente envolvidos em escândalos criminais.
Vivendo na maior impunidade, que também tem um caráter de classe, dados da
mesma Ouvidoria apontam que dos 243 coronéis denunciados entre 1998 e 2000
foram instaurados somente 3 procedimentos e apenas 1 foi punido. Dos 1.183
oficiais intermediários denunciados foram instaurados 258 procedimentos e
127 foram punidos; já dos 2.226 praças denunciados foram punidos 1.690.
Portanto, fica claro que a impunidade é maior quanto mais alta é a patente.
O delegado aposentado Hélio Luz, que chefiou a Polícia Civil do Rio de
Janeiro, de 1995 a 1997, declarou ao jornal O Estado de São Paulo, em 20 de
Fevereiro de 2002, que: "o domínio das facções criminosas nos presídios só é
possível por causa da corrupção (...). O Estado controla com o controle
interno. Quem manda são eles". E completou que o Comando Vermelho "só existe
porque pagam aos guardas penitenciários" assim como "atuam nas favelas
porque dão dinheiro aos PM's".
Aqui não se trata de classificar policiais bons ou maus e sim de
caracterizar que o atual Estado burguês, ou "Estado de Direito", como é
chamado, é o maior impulsionador da violência e da criminalidade. São as
próprias instituições do Estado, corruptas e decadentes, que promovem um
círculo vicioso de repressão e crime.
Os baixos salários e as péssimas condições de trabalho levam a setores
inteiros dentro da polícia a buscarem o caminho mais fácil da associação com
a criminalidade e se dedicar diretamente a bandidagem, envolvendo-se com o
tráfico de drogas e a proteção a criminosos.
Por estes motivos, defendemos a dissolução imediata das polícias atuais e a
criação de uma Policia Civil Unificada, que defenda os interesses dos pobres
e dos bairros da periferia, com melhores salários e uma estrutura interna
democrática, através da eleição dos oficiais superiores. A hierarquia atual
não assegura a eficiência da polícia, mas acoberta a corrupção e a
ineficiência.
Deve-se melhorar a situação dos policiais profissionais com salários dignos,
condições de trabalho condignas com o conjunto do funcionalismo público e
capacitação profissional para a investigação. Além de investir em tecnologia
e apostar no mapeamento da criminalidade e políticas específicas de combate
à criminalidade. Além disso, deve-se assegurar o direito à sindicaliza-ção e
à realização de greves em defesa de suas reivindicações.
Pelo mesmo motivo, temos de garantir a eleição dos delegados pela
comunidade. As delegacias não podem mais ser organismos de repressão contra
a comunidade e estranhas aos bairros pobres. Os delegados devem ser eleitos
e servir a comunidade, como é feito em muitos países. Os que mais necessitam
de segurança devem ter o direito de definir quem deve dirigir os serviços de
segurança. Aos que dizem que isto pode dificultar a repressão aos
criminosos, basta ver a situação atual, para comprovar que esta estrutura
atual não serve. É preciso democratizar as delegacias.
A Justiça também deve ser democratizada, com a eleição dos juízes. A Justiça
atual segue o mesmo padrão de classe e de corrupção da polícia. Os grandes
gozam de uma completa impunidade: quando são flagrados em um crime, um
exército de advogados e um punhado de juízes corruptos asseguram que nada
aconteça. O narcotráfico também tem grandes aliados na Justiça. A eleição
dos juízes pode gerar uma democratização e o controle da população sobre a
magistratura.
Como o primeiro objetivo da polícia é defender a estrutura estatal e a
propriedade privada, e não os interesses dos trabalhadores e dos pobres,
isso leva a distorções dentro da própria polícia. Os policiais militares da
tropa de choque ganham salários superiores ao do patrulhamento. Têm melhor
alimentação, melhores uniformes e passam a maior parte do tempo
aquartelados.
Enquanto isso, os policiais que ficam na periferia ganham salários menores,
não têm aparelhagem de segurança, como coletes à prova de balas e nem
algemas ou munição, sem falar nos carros velhos.
Defendemos o fim imediato das tropas encarregadas de repressão às
manifestações e distúrbios sociais.
- A comunidade deve participar diretamente no combate ao crime
Nós propomos formar comissões de segurança, constituídas nas próprias
comunidades, que devem ser encarregadas de controlar o trabalho das polícias
nos bairros, que serão subordinadas aos Conselhos Populares de Segurança,
formados por associações de bairros, sindicatos e organizações populares,
como MTST, MST etc.
Receberão treinamento militar, de combate a incêndio, enfermagem, técnicas
de investigação, etc. Terão como função: dar proteção à integridade física
das pessoas e dos bens dos trabalhadores na região; acompanhamento do
trabalho de inteligência e investigação; além de combater os grandes
narcotraficantes que intimidam a população mais carente nas favelas e nos
bairros pobres.
- Contra a criminalização dos movimentos sociais
O governo desenvolve uma perseguição aos movimentos sociais criminalizando
as suas lutas, prendendo e condenando seus dirigentes. O mais escandaloso
foi o caso dos seis militantes do MST de Boituva, condenados a oito anos e
dez meses de prisão, na primeira instância. O mesmo ocorreu com os sem-terra
de São José dos Campos jogados no Putim e os de São Paulo que foram para o
Carandiru. Atualmente temos o pedido de prisão contra 13 ativistas do MST no
Pontal do Paranapanema, obrigando alguns a ficarem foragidos, como José
Rainha.
Mas, a criminalização também está ocorrendo nas cidades, como a prisão de
dirigentes metalúrgicos em São José dos Campos, por fazerem greve e os
processos contra os professores que fizerem greve em São Paulo.
O governo FHC está manchado com o sangue de centenas de trabalhadores da
cidade e do campo, de padres, advogados, ativistas e militantes dos mais
variados movimentos sociais e partidos políticos.
Agora com o fim da Lei de Segurança Nacional e a regulamentação da Lei de
Defesa do Estado de Direito (sic) pretende-se legalizar a criminalização dos
movimentos sociais, construindo um Estado de agressões permanentes contra os
setores mais explorados da sociedade.
Por isso, propomos revogação de todos os mandados e ordens de prisão contra
dirigentes dos movimentos sociais e apuração dos responsáveis por estes
atos, com sua imediata punição.
Junto com isso a revogação da Lei de Defesa do Estado de Direito, assim como
das todas as Leis de Salvaguarda Contra a População e a Comoção Social, que
regulam Estados de Sítio, Emergência ou Defesa Nacional. Fim das
investigações policiais, grampos e "araponga-gem" das organizações de
esquerda, sindicatos e organizações populares, com a respectiva apuração de
responsabilidade.
- Apuração e punição para os crimes políticos
Os assassinatos dos prefeitos petistas Antônio da Costa Santos, o Toninho, e
de Celso Daniel colocaram na ordem do dia um debate em toda a sociedade e
particularmente nas organizações do movimento operário, sindical e popular:
como combater a violência dos grupos de direita.
O resultado das investigações de um ou outro destes crimes é totalmente
parcial, e tenta descaracterizar que em nosso país a violência contra os
movimentos sociais organizados está alcançando índices "colombianos".
Estes assassinatos são a demonstração do crescimento da violência e
intimidação contra organizações sociais e populares, e que chegou inclusive
ao maior partido de esquerda do país.
Estes ataques contra os petistas fazem parte dos ataques desencadeados
contra o conjunto dos movimentos sociais e demonstram a quão escandalosa
situação chegamos. De um lado, pelo sofisticado aspecto operacional, de
outro pela demonstração categórica de que os agressores não se importam mais
com qualquer obstáculo, não temem mais nada. A impunidade inspira a
imunidade dos setores políticos da direita ligados à criminalidade.
A Comissão Pastoral da Terra catalogou entre 1985 e setembro de 2001, 1.222
assassinatos na luta pela terra. São trabalhadores rurais, advogados,
técnicos, lideranças sindicais e religiosas. 250 ocorreram durante o governo
FHC. Números impressionantes se compararmos com os 281 assassinados no campo
durante os 20 anos de ditadura militar.
Estão entre estes casos, os 19 sem-terra mortos em Eldorado de Carajás, os 2
dos protestos nacionais de Julho de 2000 e o sem-terra morto na BR 277 em
Maio, no Paraná.
Entre os mais conhecidos encontraremos Chico Mendes, Expedito Ribeiro e
padre Josimo. Nosso pequeno partido também contribui para esta triste
estatística com os assassinatos de José Luís e Rosa Sundermann, em Junho de
1994.
Os crimes atingem também as sociedades indígenas. Somente entre 1990 e 1998
foram assassinados 256 índios.
Entre os trabalhadores urbanos teremos assassinatos como o de José Ferreira
da Silva, em uma assembléia em frente à Novacap, e de Gildo da Silva Rocha,
militante do PSTU, na greve dos funcionários distritais em Brasília.
- O consumo de drogas é um problema de Saúde pública
Não se combate as drogas combatendo os jovens e sim os grandes traficantes,
que são os que incrementam a corrupção policial e a violência generalizada.
Combate-se o tráfico descrimi-nalizando o consumo das drogas, o que termina
com o submundo, que vive em grande parte desta ilegalidade, tal e qual a
máfia no período da lei seca nos EUA.
Existe uma parte da burguesia, que ganha muito dinheiro com as drogas, muito
mais poderosa que os traficantes dos morros. Um negócio que movimenta 500
bilhões de dólares no mundo não está nas mãos de favelados do Brasil ou dos
moradores dos "cerros" colombianos. Menos ainda dos cocaleros bolivianos ou
plantadores de papoula na Tailândia.
Este negócio se mantém com a corrupção de grande parte do aparelho de
Estado. Como se pode explicar que os subchefes do tráfico e seus comparsas
estejam soltos nos morros do Rio de Janeiro, senão com a complacência de uma
parte da polícia, ou que outros controlem o tráfico mesmo dentro dos
presídios, senão com a anuência dos carcereiros e diretores.
Esses são simples agenciadores dos grandes traficantes, estes sim
desconhecidos, encaste-lados em mansões e com seu dinheiro nos bancos de
Miami e na Flórida.
Aproveitam-se da miséria generalizada para incrementar o narcotráfico, assim
como a prostituição infantil e o tráfico de mulheres. O Brasil é o paraíso
para todos os grandes bandidos.
Combater o tráfico é combater os grandes traficantes que têm suas contas no
Exterior e suas mansões nos bairros burgueses. O combate às drogas entre os
consumidores não é um caso da polícia e sim de Saúde pública.
Para combatê-los demos que legalizar o consumo de todas as drogas.
Com isso acaba-se com o tráfico e assume-se o controle sanitário dos
viciados. Junto com isso, prender e aplicar plenas exemplares a todos os
grandes narcotraficantes e banqueiros internacionais envolvidos nesta
atividade.