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Q. A juventude exige seu lugar!

A burguesia reserva para a juventude seu tratamento mais hipócrita. Nos seus discursos os jovens são sempre "o futuro do país", a "esperança". No entanto, a juventude é, na verdade, a maior vítima da barbárie capitalista, sem educação, sem emprego, sem direito ao lazer, ao esporte e a cultura. Os jovens ficam sem perspectiva, jogados na marginalidade, viram presas fáceis do narcotráfico, das drogas, e da violência, em especial da violência policial.

Não é por acaso que a juventude é o setor que lidera as estatísticas de desemprego. É também entre os jovens que está a grande maioria das vítimas da violência, tanto dos grupos de extermínio quanto da polícia.

Se o desemprego é um pesadelo para os trabalhadores, entre os jovens é muito mais do que isso. Segundo levantamento feito nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador, o desemprego na faixa etária entre 15 e 17 anos chega a 50%.

Segundo o Seade, quase a metade (740 mil) dos 1,6 milhão de desempregados da Grande São Paulo têm menos de 24 anos.

Aqueles jovens que conseguem emprego, em sua maioria, são vítimas da superexploração e de condições desumanas de trabalho. A falta de experiência e a própria condição de aprendiz são usados como pretexto para pagar baixíssimos salários, deixá-los sem vínculo empregatício e sem qualquer tipo de direito trabalhista. As condições de trabalho em geral são péssimas e a jornada de trabalho superior a 40 horas semanais, o que os obriga a sair da escola.

A juventude se converte dessa forma em mão- de-obra baratíssima e fonte certa de lucro para os empresários. Mas, não só os jovens adolescentes são vítimas do capitalismo e da situação de miséria por ele produzida, a exploração de nossas crianças, através do trabalho infantil, hoje no Brasil é também uma importante fonte de lucros dos donos do capital.

O trabalho infantil é uma das manchas mais vergonhosas da situação do Brasil. Segundo o IBGE, 8 milhões de jovens entre 10 e 17 anos trabalham.

Uma pesquisa do Dieese em seis cidades brasileiras revelou que 70% dos jovens que trabalham tem menos de 14 anos.

A exploração é brutal e as condições de trabalho são desumanas. O salário pago às crianças que trabalham é qualitativamente inferior ao salário de um adulto, além de não haver qualquer tipo de benefício ou encargos sociais. De 55% a 70% das crianças que trabalham ganham menos que um salário mínimo por mês. Somente 9% dos jovens entre 10 e 14 anos e 35% dos que têm entre 15 e 17 anos, têm carteira assinada. 77% cumprem jornadas superiores a 40 horas semanais de trabalho.

As empresas são as que mais exploram o trabalho infantil sendo responsáveis por empregar 35% destes jovens trabalhadores. Em segundo lugar, vem o trabalho doméstico com 25%.

O resultado dessa brutal exploração é que 60% dos que estudam repetem o ano por não ter condições de conciliar o trabalho com a escola pela longa e árdua jornada de trabalho.

O PSTU defende o fim do trabalho infantil! Exigimos a estatização sem indenização de todas as empresas e fazendas que utilizam o trabalho infantil, bem como o trabalho escravo de crianças e jovens ou exploram o trabalho juvenil em longas jornadas de trabalho, sem carteira assinada e direitos sociais.

Defendemos uma jornada de trabalho de 30 horas semanais, sem redução de salário, para todo jovem em idade escolar! Emprego, com car-teira de trabalho assinada e estabilidade para todos os jovens! Nenhuma diferenciação salarial por idade, sexo ou cor.

Estágios remunerados com salários tendo como referência o piso salarial dos profissionais da área. O estagiário deve ter os mesmos direitos sociais e trabalhistas que qualquer profissional de sua área. Defendemos a estabilidade do estagiário e sua efetivação como contratado em um período máximo de 6 meses.

O capitalismo patrocina uma dupla violência sobre a juventude trabalhadora.

Em primeiro lugar, a violência que representa a exclusão social, a falta de escolas e empregos. Em segundo lugar, a violência estatal patrocinada pelas polícias que reprimem, humilham e matam cotidianamente os jovens pobres e negros da periferia das grandes cidades.

A juventude é uma das maiores vítimas da violência e da repressão de toda ordem. Nas escolas secundárias e faculdades pagas, por exemplo, os jovens estudantes, enfrentam no dia-a-dia a repressão da direção, quando tentam organizar um grêmio ou centro acadêmico para lutarem por seus direitos, ou mesmo em relação às suas roupas e comportamento.

O PSTU defende o fim da repressão e o direito de livre organização e manifestação dos estudantes dentro das escolas! A questão das drogas está ligada intimamente à repressão sofrida pelos jovens na mão da polícia ou dos grupos de extermínio. O homicídio é hoje a principal causa de morte entre os adolescentes entre 15 e 17 anos.

Em 2000, 17.762 jovens foram assassinados, o que representa 39,2% de todas as mortes entre 15 e 24 anos de idade. Na Intifada contra Israel, nos últimos 17 meses, morreram 1.400 pessoas (segundo a Unesco). Em Estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, os homicídios são os responsáveis por mais da metade das mortes de jovens entre 15 e 24 anos.

A polícia é a principal responsável pelo assassinato de jovens, seguida pelos grupos de extermínio, com 25% dessas mortes.

Defendemos a descriminalização do consumo das drogas, que é a melhor maneira de acabar com o submundo do tráfico. Sobre a questão da violência policial e da repressão, além do que está exposto neste programa sobre segurança, defendemos também que:

- A polícia não deve reprimir as lutas dos trabalhadores e da juventude.

Dissolução dos batalhões de choque e da cavalaria que visam reprimir manifestações públicas.

- Pelo fim da repressão às mobilizações e entidades da juventude. Pela livre organização dos estudantes dentro das escolas ou faculdades;

- Abaixo a repressão moral e os códigos de conduta. Em defesa das liberdades democráticas e individuais dentro das escolas e faculdades.

- Fora a PM das escolas e Faculdades.


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