Folha de S.Paulo Moda
* número 16 * ano 4 * sexta-feira, 16 de dezembro de 2005
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moda / vintage

Tudo velho de novo

Conheça a melhor opção para fugir da moda em série

Após conquistar estilistas como Alexander McQueen e Marc Jacobs, o vintage ganha cada vez mais adeptos na moda brasileira e entre as consumidoras. De origem inglesa, a palavra vintage designa, na enologia, o ano de uma colheita de uvas. Na moda, é usada para definir roupas antigas, que representam claramente o estilo de sua época -contanto que esteja em seu estado original. "Existem coleções que revisitaram certas décadas, se inspiraram em certas peças vintage. Mas se foi produzido agora, é uma releitura, não é vintage", diz João Braga, professor de história da moda da FAAP (Faculdade Armando Álvares Penteado).

A atração principal do vintage é o seu caráter único. "As pessoas buscam cada vez mais a individualidade, pois vivemos num período sem definição. Por isso também o resgate do antigo, de uma época mais definida", diz Braga.

Com o aumento da procura por peças únicas, aumentou também o número de brechós. Entre os melhores de São Paulo estão Minha Avó Tinha e Estúdio Vintage. Vale a pena passar uma tarde em algum deles garimpando peças de outras décadas. Mas na hora de comprar uma peça vintage, o melhor mesmo é escolher uma que seja bem característica para depois misturá-la com coisas mais simples. Se misturada com outras peças fortes, pode ficar com cara de fantasia.

Outro bom lugar para achar uma peça vintage é o guarda-roupa da avó. Valem blusas e vestidos com estampas, cores e até volumes fora do padrão, acompanhados de uma boa -e básica- calça jeans. Nessa onda vintage, algumas estilistas começaram a reformar roupas compradas em brechós para que elas ficassem mais atuais e usáveis.

É o caso de Teca Paes de Carvalho, que acredita que "algumas peças você precisa reformar, ou porque o tecido está desgastado ou porque a silhueta é completamente diferente". Ela tem sua marca de roupas, a Ïf, na qual a diferenciação é dada de outra forma. Se o tecido é simples, Teca desenvolve a estamparia para deixá-lo com uma cara diferente, sempre buscando o conceito de peça-única.

A estilista Isabela Capeto, também credita o interesse pelo vintage a essa vontade do único. "As pessoas querem uma peça mais cuidada, que demonstre que o trabalho foi artesanal", afirma. Suas maiores fontes de inspiração vêm das pesquisas em mercados de pulgas de Paris, feiras de antiguidades e brechós. Ela chega a guardar algumas peças de suas coleções para vendê-las mais tarde como vintage. "Em Nova York isso já acontece. E é maravilhoso entrar numa loja e encontrar um Yohji Yamamoto vintage novinho", explica ela.

Por isso, pense bem na hora de limpar o seu guarda-roupa.

por Luciana Obniski
foto Felipe Hellmeister
modelo Monica Robinson (Ten Model)
beleza Edu Lopes / Emerson Murad (Molinos & Trein)
produção Heleno Jr.
assistente de foto Stefan Zander

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